O santa-cruzense Luciano Schmidt, técnico judiciário da Justiça Federal, lançou nesta semana o livro A família de Johann Andreas Schmidt e Anna Margaretha Althaus e sua filha Emilie. A obra, em uma linguagem objetiva e bem organizada em textos curtos, é ilustrada com muitas fotos, algumas das localidades de origem das famílias na Alemanha e outras colhidas na região de Santa Cruz do Sul.
Formado em Psicologia, Luciano é apaixonado por história. Em 1997, começou a estudar os seus antepassados, que imigraram da região de Turíngia (centro da Alemanha) para a Colônia de Santa Cruz, em 1871. De acordo com ele, dentre as muitas dificuldades que encontrou, estava o rastreamento de quem realmente eram os seus parentes. Explica que o sobrenome Schmidt é o segundo mais comum da Alemanha. Praticamente, todas as localidades antigas tinham o seu ferreiro (Schmidt/Schmied) e muitos o adotaram como sobrenome. Por isso, existem várias famílias Schmidt que não possuem parentesco algum.
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Para dirimir dúvidas, em 2018 ele viajou para Turíngia e lá visitou os locais onde os antepassados viveram, o que permitiu a construção de uma árvore genealógica completa. Também destaca que, em seus estudos, descobriu uma personagem fantástica chamada Emilie Schmidt, sua tetravó, que inclusive é a capa do livro. Ela foi casada com Phillipp Schmidt. Ambos estão sepultados no Cemitério dos Imigrantes, em Rio Pardinho. “Só a história dela já daria um livro ou até um filme”, ressalta.
Emilie foi casada, em primeiras núpcias, com Friedrich Lusche. Eles e mais quatro filhos (dois só dela) embarcaram para o Brasil em abril de 1871. Durante a viagem, o marido faleceu de tifo e o corpo foi jogado no mar. Ainda na viagem, ela deu à luz a mais um filho. No Brasil, a viúva e as crianças foram encaminhadas para a Colônia de Santa Cruz, onde há anos já vivia sua cunha da Catharina Elisabeth Lusche. Esta era casada com Johann Andreas Berlt, um forte comerciante na atual região do Bairro Arroio Grande.
A viúva Emilie, com 30 anos e cinco filhos para criar, passou a trabalhar na venda de Johann e Catharina. Foi ali que conheceu o viúvo Phillipp Schmidt, pai de sete filhos (o menor com 8 meses de idade). Emilie e Phillipp casaram-se em dezembro de 1871 e passaram a morar em Dona Josefa, onde viveram por quatro décadas. Lá, criaram os 12 filhos que já tinham e mais cinco que nasceram após sua união. Phillipp foi agricultor e alfaiate.
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Quem tiver interesse em conhecer esta bela história, e a relação dos Schmidt com outras famílias de Santa Cruz do Sul e da região, pode entrar em contato com o autor da obra. O e-mail é [email protected].
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UM TRECHO
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“Todos já se foram, levados pela inescapável teia do destino. De suas vidas, restaram apenas fragmentos de histórias, seja em lembranças preservadas na memória de alguns que os sucederam, seja em algumas linhas escritas em antigos documentos. Mas seu legado sobrevive em cada um dos descendentes, servindo como exemplo de vida e de coragem.”
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