Bem mais recorrente do que se imagina, o sono ao volante é a segunda causa de acidentes no Brasil. Segundo pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Neurologia (ABN) e Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, cerca de 20% de todas as ocorrências no trânsito estão associadas à sonolência. Na semana em que é celebrado o Dia Mundial do Sono, as entidades, por meio da campanha Não dê Carona ao Sono, chamam atenção aos preocupantes índices.
Conforme dados divulgados pela ação, se o condutor dorme apenas entre quatro e três horas por noite, o risco de acidentes aumenta até 20 vezes. A estatística é ainda mais alarmante quando o motorista fica mais de 20 horas sem dormir, já que as chances de se acidentar crescem 60 vezes. De acordo com o dentista e membro da diretoria da Associação Gaúcha do Sono e Associação Brasileira do Sono, Antônio Rocha, o ideal, antes de pegar a estrada, é que o condutor durma entre sete e oito horas. “As pessoas precisam entender que para viajar é necessário se preparar e encarar este momento com seriedade, como se fosse uma entrevista de emprego ou mesmo um exame de aptidão física.”
Segundo Rocha, os motoristas vão perdendo os reflexos à medida que ficam mais tempo sem dormir. “Pesquisas dão conta de que em determinado ponto, o sono ocasiona a perda de reflexos, de forma semelhante ao efeito da bebida.”
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Entre os principais sinais que podem identificar a sonolência, estão bocejos ou piscadas frequentes, dificuldade em manter os olhos abertos, visão dupla ou borrada, dificuldade de manter a mesma velocidade e até a saída de pista. Quando identificados esses sintomas, a orientação é que o motorista estacione o carro em um local seguro, tome um café e faça um cochilo de 20 a 30 minutos. “O café vai agir no organismo meia hora após a ingestão. Portanto, essa é a medida paliativa mais eficiente, já que ao despertar, a cafeína estará fazendo o efeito esperado”, complementa.
Casos podem acontecer perto de casa
Outro dado destacado pelo membro da Associação Gaúcha do Sono, Antônio Rocha, diz respeito aos horários em que ocorrências do tipo podem acontecer. Segundo ele, os períodos com maior incidência de acidentes são após o almoço e durante a madrugada. Rocha também alerta para atenção redobrada quando o destino final está próximo. “A tendência é de que quando o motorista se aproxime de casa, ele relaxe. Mas é aí que precisa cuidar ainda mais”, complementa.
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Em 2015, foi justamente o que aconteceu com um músico santa-cruzense que preferiu não se identificar. À época com o sono desregrado, ele bateu contra um poste a uma quadra e meia de casa. “Assim que terminei de tocar em um aniversário, decidi voltar para casa, pois estava muito cansado. Lembro de ter acordado com o impacto. Havia me acidentado a dois minutos de chegar em casa”, recorda. Por sorte, João não sofreu ferimentos, mas o carro teve perda quase total.
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