A divulgação de uma sequência de vídeos na internet, por meio de aplicativos e redes sociais, expôs nesta semana em Santa Cruz do Sul uma violência que algumas vezes é interpretada como algo corriqueiro, que sempre aconteceu, mas pode trazer sérios riscos. Pelo menos três gravações de agressões entre adolescentes, no trajeto entre a casa e a escola, chegaram até a Gazeta do Sul nos últimos dias. Um dos casos, registrado nessa quarta-feira pela mãe da garota que foi alvo da violência, é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Os envolvidos poderão ser submetidos a medidas socioeducativas.
Somente neste mês chegaram até a Polícia Civil outros três casos de brigas entre adolescentes nos mesmos moldes desse último, ocorrido na segunda-feira. Conforme a delegada Lisandra de Castro de Carvalho, titular da DPCA, os jovens envolvidos no mais recente foram ouvidos nessa sexta-feira. A delegada explica que tanto as agressões físicas, que resultam em lesão corporal, como as ameaças são consideradas atos infracionais, que são cabíveis de aplicação de medida socioeducativa.
Depois que o caso é registrado, a equipe da delegacia faz a apuração do ato infracional. “Concluímos uma investigação como qualquer outro procedimento, com exame de corpo de delito, juntamos as imagens, como nesse caso, e ouvimos as pessoas. Concluímos e indiciamos ou não os participantes.” Depois disso, o procedimento é encaminhado ao Ministério Público, que avalia o caso e faz a denúncia. O processo então é encaminhado ao Juizado da Infância e da Juventude. “A consequência pode ser aplicação de medida socioeducativa. Em caso de lesão corporal, dependendo da gravidade da lesão e se há reincidência, pode se determinar a internação provisória dele na Fase, como medida extrema.”
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A orientação é para que os pais sempre denunciem os casos de violência entre crianças e adolescentes. “Se não for registrado, não haverá responsabilização alguma. E também não terá aplicação da medida socioeducativa, que é uma medida que visa educar, corrgir. Se isso não acontecer, ele (agressor) vai continuar repetindo e vai ser um adulto agressivo, que não sofreu nehuma sanção e não foi educado a mudar de comportamento.” Lisandra diz ainda acreditar que o papel da escola na tentativa de mediar esses conflitos também é muito importante. “Obviamente que a polícia deve ser acionada, mas a escola deve ter mecanismos para saber lidar com esses problemas, apaziguar os ânimos, detectar e encaminhar esses adolescentes para tratamento psicológico.”
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