Ele pode ser o herói ou o vilão em uma partida. Em algumas é muito exigido e em outras fica até mesmo sem fazer uma defesa sequer. Mas diz o ditado que todo time começa com um bom goleiro. E o aperfeiçoamento é fundamental para desempenhar a função embaixo das traves. Em Santa Cruz do Sul, um centro de formação busca garimpar novos talentos e proporcionar qualificação para quem pretende se tornar o camisa 1, seja para jogar em momentos de lazer ou atuar no futebol amador e profissional.
O coordenador do projeto, Edson Marcelo Neto, frisa que a preparação é bastante intensa. “Normalmente, o goleiro é o primeiro que começa o trabalho. Depois ele é liberado do treino específico, vai trabalhar com o técnico e o grupo de jogadores, e ao final volta ao treinador de goleiros para encerrar o treinamento”, explica Edson, que se aprimora em estágios no Internacional. “Gosto de trabalhar tanto a parte física como a técnica. Sou formado em Educação Física, tenho condições de fazer isso, tenho conhecimento e a cada dia busco mais para esse trabalho dar certo”, frisa.
As atividades envolvem fundamentos de coordenação motora, agilidade, flexibilidade, potência muscular, velocidade e reação, e movimento. “Se não tiver essas qualidades físicas bem desenvolvidas, o goleiro não vai conseguir executar a técnica. O treinamento é exaustivo para minimizar os erros. Ele faz 20, 30 vezes no trabalho aquela defesa e no jogo se usa uma ou duas. Às vezes nem usa. Isso é coisa do futebol”, observa Edson. “Tudo deve começar na base, com 10, 12 anos, trabalhando a empunhadura, o encaixe, a entrada baixa, a queda. E vai assim até a aposentadoria”, completa.
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O aspecto emocional também é importante para os arqueiros. “Tem que estar bem física, técnica e psicologicamente. Às vezes, acontecem casos em que o goleiro se abate por falhar. São coisas do futebol. Tu tens que trabalhar durante a semana ou no intervalo que tiveres antes do próximo jogo para ele ficar em condições. Isso acontece muito na base e é mais difícil de lidar. Se o jogador profissional falhou, ele levanta a cabeça e vai jogar de novo. É mais tranquilo para a gente trabalhar esse lado”, compara Edson Neto. Ele será o preparador de goleiros do Avenida pela segunda temporada seguida, agora na Série A2 do Campeonato Gaúcho.
Treinos para manter a boa forma e jogar no profissional
Desde pequeno, o desejo de boa parte da garotada é ser jogador de futebol. Com Cristian Dalferth, de 24 anos, não foi diferente. “Comecei aos 5 anos nas escolinhas, passei pelo infantil e juvenil até chegar ao júnior e finalizar no profissional. Acredito que foi um sonho que consegui realizar”, afirma. Atualmente, ele treina para manter a boa forma. “Conheço o Marcelo há dez anos. Venho trabalhando para manter a saúde, o físico e procuro manter também o trabalho para seguir jogando no amador, que é o meu objetivo final. Até porque, quando estava no profissional, tive duas lesões graves no joelho”, explica Cristian, que cita como principal característica a facilidade de jogar com os pés. “Os goleiros estão sendo bem solicitados. Joguei muitos anos no futsal”, sublinha.
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Andrei César Vogt, 21, está prestes a atuar por um clube profissional em 2016 e os treinos foram fundamentais para encarar o novo desafio. “O goleiro tem que estar preparado para qualquer lance. Não adianta fazer uma grande partida e no final cometer uma falha”, observa. “Tem que trabalhar cem bolas para estar preparado para uma só bola no jogo. Procuro ficar sempre concentrado, tentando fazer o melhor para ajudar a equipe que estou defendendo”, enfatiza Andrei. Ele se inspira em Alisson, goleiro do Internacional e da seleção brasileira. Entre as suas características, destaca a saída de gol e a boa agilidade.
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