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Os Natais da infância

Eis que vamos festejar o Natal. Para mim, a data mais emblemática do ano. Resgata para nós, cristãos, a convicção de que Deus não é um ser abstrato. Ele se fez presente com o nascimento do Menino Jesus.

Não bastasse a comemoração da presença física de Deus entre nós, a criatividade humana agregou uma figura e toda uma simbologia a esta data. Mais do que devia, Papai Noel se tornou centro das atenções. Se para nós, adultos, ainda fica uma compreensão do que celebramos no Natal, para as crianças restou a magia e a fantasia em torno dos presentes que vão receber.

Lembro dos Natais na infância, quando ajudava meu pai a montar o presépio. Sempre na véspera. Acho que se deixava a tarefa para o último momento porque a atração principal era um pinheirinho natural, cultivado no quintal da casa e que se renovava todos os anos, para compor o cenário.

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Meu irmão Roque, um pouco mais experiente, e eu, saíamos a coletar musgo nos muros de pedra que cercavam os potreiros no interior. E algumas barbas de bode nos matos para dar mais realismo à figuração. Não havia luzinhas coloridas, nem músicas natalinas, mas muita imaginação. No entorno da gruta, estradas de areia por onde chegavam os reis magos para visitar o Menino Jesus. E até um laguinho onde “nadavam” patos e alguns peixes.

Tudo pronto, banho tomado, íamos à igreja para fazer uma oração antes que Papai Noel chegasse. Diziam que era a oportunidade para pedirmos perdão por alguma arte que havíamos feito ao longo do ano. Quando finalmente retornávamos para casa, podíamos nos surpreender com o presente. Recordo que ganhei uma flauta colorida, que nunca aprendi a tocar; um violãozinho de quatro cordas, que não sei onde foi parar; dos castelinhos de madeira e de algumas bolas, quase sempre de plástico. E ficávamos felizes e agradecidos.

Na época, meninos e meninas íamos de casa a outra para apreciarmos os presépios e para degustarmos bolachas coloridas que em todos os lares nos ofereciam. Minha mãe, Amanda, era exímia doceira e, não por acaso, a gurizada fazia questão de programar o café da tarde lá em casa.

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Já ia esquecendo: na nossa infância havia o segundo dia de Natal. Um feriado, no dia 26 de dezembro, que as famílias decretavam justamente para poderem fazer e retribuir visitas. Tenho saudade dos tempos em que famílias podiam fazer escolhas e se permitirem instituir um feriado sem o risco de serem processadas por um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Aliás, antes que você se depare com Papai Noel, responda para si mesmo: fez por merecer um presente de Natal neste ano? Seja qual for a sua conclusão, tenha um Feliz Natal!

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