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Ideias e bate-papo

Os milagrosos vão voltar

Na semana passada conversei com um prefeito de um pequeno município, mas com larga experiência em administração pública. Equilibrado, despido de demagogia e acostumado a dizer “não” várias vezes por dia para não comprometer as finanças do município, falou dos desafios do cotidiano.

Conversa vai, conversa vem, deparamos com o assunto que vai polarizar as atenções em 2020: as eleições municipais. Em apenas uma frase, ele resumiu o que antevê:

– Bah… nem me fala! Vai ser aberta a “fábrica de sonhos”! – afirmou com um suspiro. É a mais pura verdade.

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O primeiro contato que travei com a política foi aos 8 anos de idade, em 1968, quando meu pai concorreu a vereador em Arroio do Meio e teve êxito na empreitada. De lá para cá quase tudo mudou, menos a facilidade de realizar obras de todos os portes, longe do poder.

– É apenas falta de vontade política! – reza o jargão oposicionista, seja de onde for.

Essa postura se assemelha ao comportamento de fanáticos torcedores de futebol. Na arquibancada ou diante da tevê, tudo é possível, fácil e viável. Os municípios, principalmente de menor porte, sofrem demais com o desemprego. Legiões de moradores surgem de outras cidades de um dia para o outro. Não existem habitação, saúde, emprego e escola suficientes, comprometendo o planejamento.

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Apesar desses problemas comuns, o Rio Grande do Sul ostenta comunidades que suplantaram as dificuldades e mantêm um bom nível de prestação dos serviços públicos. Para viabilizar soluções é preciso criatividade e parceria com o cidadão que paga impostos em demasia, mas consente em contribuir além dessa obrigação. Para isso, ele precisa ser convencido de que a administração municipal é séria, honesta e trabalhadora.

Diante desses pressupostos, a “fábrica de sonhos” fomentada pela oposição não prospera, apesar da tentação do eleitorado em acreditar na capacidade de solução para todos os problemas do mundo. No caso da eleição municipal, é fácil detectar os impostores de plantão que espalham mentiras. Todos conhecem a vida pregressa dos candidatos, seu currículo, seus êxitos e fracassos na vida profissional e pessoal.

Além da proximidade física com os pretendentes ao mandato, o eleitor conta com as redes sociais, descontadas as fake news, é claro. Raramente um escândalo ou frustração passa incólume pelo rigor da opinião publicada nas diversas plataformas digitais. Em 2020, mais do que nunca, é preciso ficar atento aos milagrosos de plantão.

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