Como se faz para fugir do que parece ser o único assunto há quase seis meses? Confesso que está muito difícil, de maneira especial para quem trabalha com comunicação e para quem consome informação, ou seja, quase todo mundo. O fenômeno da “pauta única” não tem prazo de validade.
O WhatsApp se tornou o veículo de comunicação mais importante do momento, consolidando um destaque crescente antes mesmo da pandemia. Como tudo na vida, há os dois lados, o bom e o ruim, o certo e o errado. O dedilhar frenético ao celular tem sido fundamental para espantar a solidão de milhões de pessoas mundo afora. Falar com afetos através de videochamadas, por exemplo, é um bálsamo capaz de aplacar a saudade, mesmo que seja um remédio momentâneo.
O período de “prisão domiciliar compulsória”, imposta pelo empírico “fecha tudo, fica em casa”, nos obrigou a encarar a tecnologia. Falo mais amiúde dos “jovens há mais tempo”, como eu, aos 60 anos, que apela à ajuda dos filhos e aprendeu a manusear os aplicativos. Afinal, eles facilitam o pagamento de contas e instigam as compras de impulso. Basta clicar que em segundos um boleto ou formulário para apor o número do cartão de crédito surja na tela. E toda vez que você abrir uma rede social aparecerão milhares de anúncios sobre produtos similares aos adquiridos. Malditos algoritmos!
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Mas, como nem tudo são flores, os golpes virtuais se multiplicaram, apesar do alerta insistente das autoridades em segurança pública. A capacidade de criar artifícios visando ganhar dinheiro fácil, sem trabalhar, desafia a capacidade dos técnicos empenhados em desenvolver dispositivos para garantir a privacidade.
Outra praga do Whats são os tais “grupos”. Seja de família, do condomínio, da firma ou mesmo do grupo de amigos do churrasco/cerveja/futebol, a figura do “mala”, do “sem noção” e “inconveniente” é onipresente, com incrível energia para se mostrar presente.
Os infalíveis “bom dia” e “boa noite” são até suportáveis, mas a necessidade de opinar sobre tudo, o tempo todo, parece incontrolável para determinadas pessoas. Mas a vida é assim mesmo, não é? Ninguém é tão abençoado que possua somente gente bem-humorada, sensível e inteligente. Na família, no emprego e no círculo de amizades. Então… haja paciência, mais do que nunca.
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