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Os incendiários

Os históricos escândalos nacionais e os habituais desentendimentos político-sociais restaram bastante agravados desde a emergência do “mensalão e do petrolão”, do impeachment de Dilma e a posse do “camaleão” Michel Temer. Uma geleia geral que contribuiu expressivamente para a eleição de Bolsonaro.
O divisionismo social, até então semeado à exaustão, encontrou em Bolsonaro um agressivo combatente e igualmente divisionista, que, de sua parte, agregou temerárias questões religiosas, morais e de cunho nacionalista.

Nem mesmo a pandemia e o inerente terremoto social e econômico foram capazes de sobrepor-se tematicamente às demais acusações e provocações que transbordaram nos últimos anos. De todos os cantos e recantos adveio um tsunami de ressentimentos, de hostilidades, de revanchismo, a ponto de contaminar gravemente as relações familiares, sociais, jurídicas e políticas.

O divisionismo político-social praticamente dividiu a nação em dois grupos insanos, agressivos e exacerbados, encorajados e alavancados pela caótica expansão da intercomunicação digital. Nem mesmo as instituições republicanas resistiram. O Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Governo Federal restaram manchados e comprometidos nas obrigações constitucionais. Pior. Envolvidos pelos mais expressivos membros em ações de autodesmoralização e invasões de competências alheias, algumas de evidente caráter provocativo.

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Em muitos casos, tarefas e funções públicas que têm como exigência a isenção e a independência restaram abaladas e comprometidas. O ambiente contaminado e estressado provocou a retração comportamental e funcional de muitos cidadãos e servidores, abalando a própria administração pública. O “patrulhamento” ideológico contaminou a nação como um todo. A belicosidade ultrapassou as relações sociais e atingiu vigorosamente a prometida harmonia entre os poderes de estado. O sistema de pesos e contrapesos institucionais, base da teoria de separação dos poderes de Estado, naufragou.

O Poder Legislativo, o Governo Federal e o Supremo Tribunal Federal compartilharam omissões, agressões e abusos. Os bombeiros institucionais viraram incendiários!

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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