O acordo fechado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista prevê que os dois executivos não serão sequer denunciados criminalmente pelo Ministério Público Federal, segundo fontes próximas aos executivos. Ou seja, não correm o risco de serem presos, nem de usar tornozeleira eletrônica, como executivos de outras empresas envolvidas na Lava Jato.
Além disso, ficou acertado que eles poderiam continuar no comando de suas empresas. Em contrapartida, além das gravações que Joesley fez com o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, revelados pelo jornal O Globo, os executivos e a empresa terão de entregar todos os negócios ilegais feitos pela companhia. A multa acertada pelo acordo de leniência foi de R$ 250 milhões. Mas é possível que esses valores possam mudar.
Advogados especialistas no assunto dizem que foi um acordo excelente, se comparado aos fechados recentemente pela Odebrecht. Marcelo Odebrecht terá de cumprir ao todo quase dez anos de prisão, entre cadeia e prisão domiciliar. Relatam, entretanto, que ao tomar a dianteira da delação e fazer uma entrega de provas dessa magnitude, é natural que consigam imunidade.
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Nos Estados Unidos, o Departamento de Justiça americano também costuma dar imunidade para as empresas que se auto-denunciam e entregam todas as provas. Isso deve facilitar o próprio acordo que a JBS terá de fazer com as autoridades americanas, com as quais já está negociando. O grupo tem forte presença no mercado americano, após a compra de empresas como a Swift e a Pilgrims. Quase metade da produção global do grupo hoje fica nos Estados Unidos.