O drama e os efeitos humanos, sociais e econômicos decorrentes da escravização de africanos de diferentes regiões daquele continente, levados para o Brasil e inúmeros outros lugares, são amplamente conhecidos e documentados. O que nem sempre é de conhecimento mais amplo é que parcela desses escravos, por diferentes razões, acabaram retornando a suas terras de origem. Quem recupera essa questão é o diplomata brasileiro Carlos Fonseca, formado em História e mestre em Políticas Públicas. Atuando na África, viajou por boa parte do continente e assim se deparou com a informação das comunidades nas quais os que retornavam se inseriram.
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Seu livro Os retornados: a história dos ex-escravizados que deixaram o Brasil e formaram comunidades afro-brasileiras no Golfo de Benim foi lançado pela Record, com 443 páginas, a R$ 89,90. Essa população que fez a viagem de volta era composta por escravizados libertos e seus descendentes, bem como por alguns forçados ao retorno, a exemplo de deportados da Revolta dos Malês, que eclodiu em Salvador, na Bahia, em 1835.
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Uma curiosidade em torno das comunidades formadas por retornados está em etnia hoje existente em Gana, e que compreende cerca de 2% da população no país. São os tabom, descendentes de brasileiros que, ao se fixar de novo em solo africano, levaram consigo a língua portuguesa, aprendida no Brasil. Um de seus cacoetes era sempre dizer “tá bom”. Resultado: viraram os tabom, identidade de um grupo social.
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