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Os burros que chamam a atenção no interior de Santa Cruz do Sul

Uma dupla de burros chama a atenção em Linha General Osório, interior de Santa Cruz do Sul. Cadeado, 21 anos, e Veado, 20, tornaram-se populares pela pelagem diferenciada. Ela é predominantemente branca, mas com diversas manchas pretas. Eles pertencem a Hildo Aloísio Staub, 74 anos, que vive na localidade com a esposa Darcila há cinco décadas. Conforme o agricultor, os dois animais são irmãos, nascidos do cruzamento entre um jegue e uma égua.

Dono de uma propriedade de aproximadamente 26 hectares, dedicou-se a amansar e adestrar burros e mulas para trabalhar no campo. Começou aos 30 anos e trabalhou com 128 animais. Segundo ele, o treinamento demorava cerca de 14 dias. E diferente dos vizinhos, que utilizam maquinários na lavoura, escolheu os animais para arar e transportar a colheita. “E não troco por trator”, garantiu.

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Com a esposa Darcila, agricultor cuida de Cadeado e Veado há quase duas décadas. Animais são irmãos e dificilmente se separam

Cadeado e Veado trabalham com o agricultor há quase duas décadas. Apegado aos animais, é cauteloso no tratamento. Enquanto conversava com a equipe da Gazeta do Sul, Staub aproximou-se da dupla para acariciá-los na cabeça. Retribuíram aproximando-se de sua face. “Elas gostam de carinho”, afirmou. Os comandos são dados em alemão. “Se eu falar hoch (para cima) ou runter (para baixo), elas vão me obedecer”, detalhou.

No entanto, para que o trabalho seja bem-sucedido, enfatizou a necessidade de mantê-los bem cuidados e com boa alimentação. “Se tu não alimenta bem, o burro acaba ficando muito magro e fraco, aí não consegue trabalhar. Mas se ele fica muito gordo, fica difícil de fazer as tarefas. Então, tem que saber como tratar”, disse.

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Predisposição genética

O biólogo Andreas Köhler, professor do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), confirma que a pelagem estilo persa (com pintas pretas) de Cadeado e Veado não é comum. Segundo ele, a cor do pelo é definida pela dos seus genitores, porque há animais que possuem predisposição hereditária. Ou seja, se a manada de éguas for de cor padronizada, vai transmitir o mesmo padrão de pelagem ao longo dos anos. “Se havia um animal com pelagem mesclada, existe uma grande possibilidade de ela aparecer em outros descendentes”, explicou.

As características físicas desses animais permitem que desempenhem um papel de destaque no campo. Por terem velocidade constante ao caminhar, são considerados rápidos para arar. Além disso, são inteligentes – diferente do entendimento popular –, reconhecendo comandos verbais, além de serem facilmente utilizados para transporte.

Animais também marcaram presença nas bodas de ouro

No dia 15 de junho, Hildo e a esposa Darcila Teresa Staub, 71 anos, comemoraram as bodas de ouro. Para marcar a data, chegaram à missa, realizada na Igreja São Miguel de General Osório (mesmo local onde se casaram em 1974), em uma charrete puxada por Cadeado e Veado. Familiares acompanharam a cerimônia, incluindo os filhos Angelita, 49, César, 47, e Daniel, 45 anos.

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A cena foi filmada por Edson Luís Back, dono da Back Fotos e Filmagens. O vídeo foi publicado nas redes sociais e gerou 127 mil visualizações. “Conhecia a família Staub há anos e já havia escutado sobre os burros, mas não havia visto eles até filmá-los.”

A ideia de utilizar os dois animais, segundo Darcila, foi justamente diante da curiosidade provocada pela pelagem diferente. Afirmou que costumam aparecer pessoas para conferir a dupla, comentando como é raro ver burros com essa cor de pelo.

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Darcila tem fascínio pelos bichos. São comunicativos e costumam chamar o casal pela manhã para pedir ração. E não conseguem se separar um do outro. Se um vai para o campo, o outro segue. “Podem ser burros, mas são espertos”, afirmou.

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Julian Kober

É jornalista de geral e atua na profissão há dez anos. Possui bacharel em jornalismo (Unisinos) e trabalhou em grupos de comunicação de diversas cidades do Rio Grande do Sul.

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