Polícia

Os bastidores do homicídio brutal em plena Praça Getúlio Vargas

Os respingos de sangue ainda permanecem em parte do meio-fio e no banco. Um borrão escuro, no meio do caminho, pinta a terra misturada com brita de vermelho. A cena de crime ainda é marcada por provas e está visível a qualquer um que passe por um trecho da Praça Getúlio Vargas. Ocorrido em plena área central, em frente à Catedral São João Batista, e próximo de faculdade, supermercado e bancos, o caso de homicídio da noite de sexta-feira chocou os santa-cruzenses e colocou em xeque a falta de segurança no entorno do ponto turístico.

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O lugar é um dos principais redutos de lazer da comunidade e de turistas e palco para grandes eventos. Há, inclusive, em virtude da grande movimentação, um módulo compartilhado entre Brigada Militar (BM) e Guarda Municipal fixado em uma das extremidades. A área mais ao lado da Rua Marechal Deodoro, onde ocorreu o assassinato, no entanto, é ocupada há tempos por pessoas em situação de rua. Por vezes intimidam moradores da cidade, que já evitam transitar naquela parte do local. “Estava demorando para acontecer algo ali”, disse um leitor, sob condição de anonimato.

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O crime na sexta-feira, que vitimou Inácio Rogai de Mellos, de 54 anos, aconteceu por volta de 19h50. Uma guarnição da Patrulha Escolar da BM estava rodando com viatura na área central quando foi informada por populares sobre uma briga generalizada, sendo que um homem utilizava um pedaço de pau para agredir outro. Um suporte de concreto, usado para ornamentar a praça, também foi identificado como objeto para desferir golpes. De imediato, a equipe de policiais militares foi ao ponto indicado e visualizou um homem desferindo chutes na cabeça da vítima, que estava caída ao chão.

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A BM prendeu em flagrante o homem apontado como autor do crime. Ele tem 26 anos e é natural de Sinimbu. As autoridades policiais não divulgaram seu nome, mas a Gazeta do Sul apurou que se trata de Fabiano Rodrigues Vargas. Além dele, uma mulher de 34 anos, natural de Vera Cruz, também foi detida pela BM e levada à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Depois de ser ouvida como testemunha, ela foi liberada.

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Casal de médicos que passava no local prestou primeiros socorros

Duas das primeiras pessoas que viram o crime acontecendo, um homem e uma mulher, eram médicos. Ambos passavam nas imediações da praça quando presenciaram um homem agredir as vítimas a pauladas. Eles foram responsáveis por ligar para o telefone 190 e informar a BM sobre a situação. Tão logo a equipe de policiais militares chegou e tomou conta da área, os dois profissionais se aproximaram, identificaram-se e prestaram os primeiros socorros às vítimas até a chegada da ambulância.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi até o local para socorrer os feridos, que se encontravam em estado grave. A vítima era natural de Santa Cruz do Sul e não resistiu aos ferimentos das pauladas e pedradas. Inácio Rogai de Mellos morreu enquanto era levado para atendimento no Hospital Santa Cruz.

Ponto onde aconteceu o assassinato | Foto: Alencar da Rosa

Em contato com o Portal Gaz no sábado, sua nora, Kelly Amanda Simões, contou que ele não era morador de rua, tinha residência fixa, mas sofria de alcoolismo. O homem foi sepultado no domingo e deixou quatro filhos. O velório foi realizado com caixão fechado. A família busca respostas.

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“A gente gostaria de saber como foi a morte, porque só sabemos que foi uma briga e que ele foi a óbito. E a pessoa fez para matar mesmo, porque os ferimentos foram só no crânio”, disse Kelly à reportagem.

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Outro homem agredido estava deitado em um banco da praça. Os bombeiros também o socorreram e levaram ao HSC, onde ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ainda na noite de sexta-feira, momentos depois do fato, três amigos do sobrevivente relataram à Gazeta do Sul que ele se chama João Carlos da Silva, tem 40 anos e é morador do Bairro Belvedere.

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Conforme a assessoria de imprensa do HSC, ele permanecia internado sob cuidados na UTI. A guarnição da Brigada fez o isolamento da área e acionou a Polícia Civil, que informou que não compareceria. Em virtude disso, os PMs apreenderam no local um pedaço de pau e um balde de concreto, ambos utilizados na agressão contra as vítimas, que poderiam ser provas para a investigação do caso.

Suspeito fugiu

Ainda na noite de sexta-feira, após o homicídio, a Gazeta do Sul foi contatada por moradores do Centro assustados, relatando que haviam ouvido disparos de arma de fogo nas imediações da Rua Assis Brasil. Da mesma forma, por volta de 23h50, residentes da via ligaram para o 190 da BM e afirmaram a mesma situação. Apurou-se então um dos bastidores que mais chamaram a atenção sobre o caso.

Policiais militares foram até o local onde moradores tinham ouvido os disparos e constataram que o homem preso em flagrante pelo crime, Fabiano Rodrigues Vargas, que havia sido levado mais cedo à DPPA pela BM e já estava sob responsabilidade da Polícia Civil, tinha conseguido fugir da delegacia quando iniciavam-se os preparativos para seu transporte até o presídio. Ele havia escapado correndo por vias próximas da DPPA e foi alvejado por um tiro na perna, efetuado por um policial civil.

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Caído após o disparo, foi novamente preso. Uma equipe dos bombeiros foi acionada e o levou ao HSC. A Polícia Civil também solicitou apoio à Brigada Militar para efetuar a custódia do homem de 26 anos no hospital.

Já por volta de 1 hora de sábado, após a remoção do projétil de sua perna e da alta pela equipe médica, Fabiano foi encaminhado pela Polícia Civil ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. O caso permanece em investigação. Nessa segunda-feira, 19, a prefeita Helena Hermany anunciou que a presença da Guarda Municipal será intensificada no entorno da Praça Getúlio Vargas.

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