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Disputa pela Prefeitura

Os assuntos que vão pautar a eleição

Em 2012, alguns chegaram a afirmar que a eleição municipal em Santa Cruz do Sul seria mais um “plebiscito” sobre manter ou não a Corsan na gestão dos serviços de água e esgoto. Exageros à parte, é certo que a discussão teve papel predominante (e possivelmente decisivo) no pleito. E em 2016, o que vai ser pauta na corrida pelo Palacinho?

Um dos temas unânimes entre analistas e dirigentes de campanha é justamente a questão do saneamento, que deve retornar à baila. Enquanto a chapa da situação deve defender o contrato feito em 2014 com a estatal, a oposição deve questionar o atendimento que vem sendo prestado pela empresa. Outro assunto que também apareceu em 2012 e será resgatado é a política econômica, já que o último ciclo foi marcado por dificuldades para as prefeituras, com queda na arrecadação e represamento de repasses externos. Segundo o advogado e colunista da Gazeta do Sul, Astor Wartchow, trata-se de uma tendência geral entre os municípios. “Os atuais governantes, que reduzem gastos, sofrerão críticas da oposição, que alegará prejuízos nos serviços”, observa.

Por ser uma das eleições mais disputadas da história do município, com três chapas alternativas à histórica polarização entre PP e PTB, o debate sobre a necessidade de renovação no comando do município também deve vir à tona. Wartchow ainda considera “inevitável” que o debate seja marcado por comparações entre governos do PP e do PTB. “Mas não creio que a eleição se decidirá a partir deste confronto. Faz muito tempo que Santa Cruz enfrenta um sério problema de não desenvolvimento industrial sustentável. Nenhuma gestão foi capaz de mobilizar a sociedade, promover debates consistentes e elaborar um projeto de longo prazo”, diz.
 

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Os assuntos:

1 – SANEAMENTO

O debate sobre manter ou não a Corsan com os serviços de água e esgoto foi predominante e, para alguns, decisivo na campanha de 2012. A tendência é que o assunto retorne agora, quando estará em jogo o desempenho da estatal após a assinatura do novo contrato, em 2014. A oposição deve cobrar o que foi feito até agora, alegando que alguns problemas anteriores ao convênio permanecem.

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2 – GESTÃO

Nos últimos quatro anos, Telmo defendeu uma política econômica baseada na austeridade e na contenção de gastos como estratégia para elevar a capacidade de investimento do município com recursos próprios. A oposição, porém, deve acusar o governo de, ao priorizar a poupança, falhar no atendimento à população. Telmo, por sua vez, deve alegar que essa economia permitiu ao município atingir metas importantes.

3 – AES SUL

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O acordo firmado no fim de 2014 entre Prefeitura e AES Sul para quitar o débito milionário que o município mantinha com a empresa também deve polemizar. Telmo deve defender o acordo, alegando que resolveu impasse histórico e evitou que a dívida sangrasse as finanças municipais durante vários anos, enquanto Sérgio deve acusar o governo de ter se precipitado ao invés de seguir discutindo a legitimidade da cobrança.

4 – POLARIZAÇÃO E RENOVAÇÃO

A pulverização da disputa fará com que o histórico revezamento entre PP e PTB no município se torne pauta da eleição. Valendo-se do desgaste da política tradicional, Gerri, Fabiano e Afonso devem questionar a polarização e defender que seja encerrado o que alguns vêm chamando de “ciclo de famílias” na cidade. A pressão deve recair sobre Sérgio e Telmo – que, por sua vez, estarão em confronto direto.

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5 – COMPARAÇÕES ENTRE GOVERNOS

Tanto Telmo quanto Sérgio devem apostar em comparações entre os governos do PP e do PTB. Telmo deve defender sua política econômica, investimentos em saúde e feitos como o pagamento do piso dos professores. Sérgio defenderá que foi o prefeito que mais fez obras. Gerri exaltará a atuação do PT no governo Kelly Moraes e principalmente seu trabalho enquanto secretário do PAC, na captação de recursos externos. 

6 – EMPREGO E SEGURANÇA 

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Análises feitas por partidos apontam que as principais preocupações dos eleitores estão relacionadas à empregabilidade e à segurança pública, que não é dever direto da Prefeitura, e sim do Estado. A crise econômica que encolheu o mercado de trabalho desde o ano passado e a elevação dos índices de violência vão exigir respostas dos candidatos, que terão que incluir os temas em seus programas.
 

O QUE CADA CANDIDATO PREPARA 

Afonso Schwengber (PSTU) 

Sua campanha deve ser focada na crítica à política tradicional. Afonso tentará se apresentar como a única real alternativa ao sistema atual, o qual define como “corrompido e falido”. Uma das suas bandeiras deve ser a ampliação da participação da população no governo, por meio de conselhos. “Qualquer enquete mostra que as pessoas querem participar mais”, diz o candidato. 

Gerri Machado (PT) 

Segundo o coordenador de campanha e candidato a vice-prefeito Marco Schorner, o foco da chapa será a crítica à polarização. “Queremos mostrar para a sociedade que existem dois grupos políticos que há quase 30 anos governam Santa Cruz para suas famílias, seus partidos e seus amigos, esquecendo da população”, disse. 

Telmo Kirst (PP) 

Conforme o presidente do PP, Henrique Hermany, a prioridade da campanha à reeleição será “mostrar que Santa Cruz atingiu um nível de gestão pública acima dos outros municípios”. A estratégia é exaltar os feitos da atual administração, sobretudo na área de gestão. A exemplo do que ocorreu na convenção, comparações com governos anteriores não devem faltar. 

Fabiano Dupont (PSB) 

Um dos focos da campanha, segundo o coordenador Lindece Neto, deve ser a educação – valendo-se da figura da candidata a vice Seli Flesch, que é professora da rede estadual. “Vamos falar muito sobre a questão das vagas nas creches e sobre a valorização dos profissionais”, observou. A campanha também deve se voltar à questão da empregabilidade e da segurança. 

Sérgio Moraes (PTB) 

Segundo o candidato, a linha principal de sua campanha será a comparação entre gestões e o questionamento ao que considera “equívocos” da atual administração. “Tem muitas coisas que precisam ser clareadas. Uma delas é por que a pressa de pagar a AES Sul e de fazer um contrato mal feito com a Corsan”, disse. Outro foco deve ser o trânsito.

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