Não sei dizer qual a sensação ou o que passa pela cabeça durante aqueles 20 minutos de baile sobre o palco montado no Ginásio Poliesportivo. Aliás, o que muitos dançarinos relatam sobre este momento é que rola um “branco”, um “apagão”, como se o mundo parasse de girar e a gente só ouvisse a melodia. Ao mesmo tempo, cada Enart é inesquecível – mesmo aqueles em que só se é espectadora.
Lembro-me de acompanhar as classificatórias do Enart de 2001. Foi lá que eu, com 8 anos de idade, comecei a sonhar em fazer parte daquele universo de arte e cultura. Em 2006, fui à finalíssima pela primeira vez – e não consegui mais parar. Nesses anos em que, ainda muito nova, acompanhei as apresentações da arquibancada, não foram poucas as que me marcaram profundamente, arrancando aplausos, choros e arrepios.
A minha vez de compartilhar emoções com o público chegou em 2011, quando comecei, efetivamente, a dançar o festival, ainda na Força B, o que se repetiu até 2012. Em 2013, 2015, 2016 e 2017, alcancei a Força A – onde a mágica realmente acontece. E é sobre o que escrevi no primeiro parágrafo deste texto: um transe, nada importa mais que ouvir a música e colocar em prática a arte cultuada através das tradições – e a harmonia treinada em ensaios exaustivos.
É viciante.
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Não por acaso, estarei de volta ao Ginásio Poliesportivo neste domingo, para dançar o inédito Festival dos Festivais. Por si só, devido à pandemia do coronavírus, o evento já representa uma retomada. Depois de um ano sem Enart e inúmeros outros eventos, reencontrar-se no “palco da vida”, como é carinhosamente chamado o Parque da Oktoberfest pelos amantes do tradicionalismo, será inesquecível.
Até porque, lamentavelmente, muitos ficaram pelo caminho. A Covid-19, inevitavelmente, arrebatou muitos peões e prendas Estado afora. Mais do que nunca, portanto, o palco do Festival dos Festivais será o “palco da vida”, para celebrar a vida, a esperança, o reencontro. Sem dúvida, será mais um Enart inesquecível.
Particularmente, a minha participação, neste ano, está se desenhando para ser memorável. Para além da retomada geral dos eventos, representa a minha volta aos palcos, de onde estou afastada desde 2018 – e achei que não voltaria. Outro toque especial é o fato de poder dividir esse sonho com a minha irmã, Júlia, estreante no Enart. Estaremos lado a lado, literalmente (prestem atenção na dança do Chote Inglês). Não foram poucas as vezes em que imaginamos este momento.
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Por fim, a minha experiência no Festival dos Festivais vai ser coroada com a minha atuação como jornalista. É claro que, em edições anteriores, já exercia a profissão, na Gazeta do Sul, inclusive, mas reservava o fim de semana do Enart para me dedicar somente às danças tradicionais. Desta vez, além de dançar, também participo e ajudo a pensar a cobertura jornalística, tanto para o jornal impresso quanto para o Portal Gaz. Um desafio em dose dupla.
Na verdade, talvez esse seja o grande sonho: unir duas paixões em uma, dança e jornalismo juntos. É, com certeza será mais um Enart inesquecível.
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