A polêmica em torno da Amazônia, tocante a sua preservação e cuidados na administração dos interesses locais, a exemplo de reservas indígenas, produção agropastoril e extração mineral, bem como as precauções tocante aos atos de desmatamentos e queimadas legais e ilegais, transcende a nossa capacidade e exercício de soberania. Salvo se aprendermos e agirmos de vez!
Não se trata apenas de discutir se a região é o “pulmão do mundo”, “provedor de rios aéreos” e “regulador climático mundial”. Ou se há ou não um “aquecimento global humanamente agravado”.
O advento e a consolidação da globalização determinaram e ampliaram as relações entre pessoas, regiões, nações e civilizações, remetendo as obrigações humanas a outro patamar de compromissos.
Trata-se (a globalização) de um movimento e prática com graves implicações nas questões e redefinições locais. E na mudança de comportamento das pessoas em suas próprias localidades e circunstâncias.
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Dito de outro modo, significa – ao mesmo tempo – atuar no nível local, sem perder de vista ou deixar de reagir face ao que ocorre no mundo. Seria algo como “ter raízes e asas ao mesmo tempo”!
Então, fica evidente a necessidade dos povos (e dos governantes!) compreenderem que estamos no limiar de um novo e superior ideal humanitário. Mas sem deixar de apontar as diferenças e as divergências entre regiões e povos, desafios a serem superados em modo paulatino e permanente.
O principal desafio a ser superado é o mental e o organizacional, qual seja: nossa cultura e prática social e política ainda estão fundadas sobre os alicerces do conceito de estado-nação, ilustrado com os refrãos do nacionalismo e do patriotismo.
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Exemplarmente, cientistas sociais alemães utilizam a expressão “welt bürger”. Tradução: cidadão do mundo. Então, como poderemos ser cosmopolitas sem deixar de ser locais e nacionalistas?
Dessa pergunta surge uma delicada ideia: soberania inclusiva. Um conceito derivado e determinado por um conjunto de inéditas ações de cooperação entre povos e nações, dentro de uma perspectiva globalizada e localizada.
Não se trata de relativizar a ideia de soberania nacional, mas sim ampliar sua ação e eficácia dentro de uma perspectiva de interesse humanitário global.
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Em tempos de crescentes migrações, ameaças climáticas e desemprego, entre outros exemplos mundiais e conexos, assim como a complexidade da questão amazônica(!), significa dizer que as ações e as soluções locais e nacionais já não são suficientes.
Esse texto é de setembro de 2019. E nem falei de crimes étnicos, depredações ambientais, ameaças e mortes. Até quando nossa nação vai adiar o adequado tratamento racional e humanitário na/da Amazônia?
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