A Delegacia Fazendária do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) deflagrou na manhã desta terça-feira, 26, a Operação Stellio. Uma organização criminosa, suspeita de fraude e desvio de verbas de bancos, é o alvo da investigação. O bando teria causado um prejuízo superior a R$ 7 milhões às instituições financeiras gaúchas. Somente do Banrisul teriam sido desviados mais de R$ 6 milhões. Até então, 26 pessoas foram presas, entre elas duas ex-funcionárias do banco gaúcho. Um dos envolvidos, que se beneficiou do esquema, foi detido em Santa Cruz do Sul no início da manhã.
Conforme o delegado Daniel Mendelski, um dos responsáveis pela investigação, trata-se de um homem, preso preventivamente, que será ouvido ainda nesta semana. Uma equipe do Deic, de Porto Alegre, esteve no município e conduziu o indivíduo até Porto Alegre, onde ele está neste momento, sob custódia da Delegacia Fazendária. A Polícia Civil não afasta a possibilidade de que mais servidores estejam envolvidos nos crimes.
A investigação da Delegacia Fazendária ainda está em andamento. A estimativa é de que pelo menos 30 pessoas sejam indiciadas com o inquérito. Na manhã de hoje, foram apreendidos 17 carros, joias, duas armas e R$ 20 mil em espécie. Segundo a polícia, a organização criminosa usava empresas de fachada – com a conivência de funcionários de instituições financeiras públicas e privadas – para firmar contratos de empréstimos bancários fraudulentos. O grupo apresentava como garantia cheques sem fundo ou bens com documentação falsificada.
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Além de Santa Cruz do Sul, pessoas e bens foram encontrado em Alvorada, Cachoeirinha, Caçapava do Sul, Canoas, Capivari do Sul, Cidreira, Imbé, Palmares do Sul, Porto Alegre, São Leopoldo, e Viamão. Os crimes investigados são de lavagem de dinheiro e estelionato. Cerca de 300 agentes cumpriram 212 mandados judiciais. Entre os presos estão dois ex-funcionários do Banrisul. Outros sete estão foragidos.
ESQUEMA
De acordo com a polícia, o esquema começava com a criação de empresas de fachada que contraíam empréstimos bancários com base nos documentos fraudulentos. Os golpistas apresentavam como garantia cheques sem fundo e bens que haviam sido obtidos com documentos falsos. Depois disso, o dinheiro era desviado para contas bancárias operadas pelos articuladores do esquema. As ações sempre ocorriam com a conivência de funcionários de bancos estaduais e privados. As instituições financeiras acabavam sendo lesadas pelo esquema. O grupo chegou a montar 15 empresas de fachada e a primeira fraude aconteceu no Banrisul de Viamão em 2014.
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