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Operação evidencia o risco à saúde causado pelo abigeato

Seguem os desdobramentos da operação deflagrada na manhã de quarta-feira, 7, pela Brigada Militar contra o abigeato (furto de gado). A ação tem evidenciado que, além de prejuízo para os criadores, esse tipo de crime representa uma ameaça à saúde do rebanho gaúcho e da população.

Atualmente, policiais de toda a região e agentes da Inspetoria Veterinária de Venâncio Aires buscam identificar os bovinos encontrados quarta-feira no interior de Vale Verde. Ao todo, 37 animais sem procedência já foram apreendidos, pois confirmou-se que são oriundos de abigeato. Destes, 15 estavam em uma propriedade e 22 em outra, ambas vizinhas da fazenda que foi alvo da operação, na localidade de Várzea Oliveira Santos.

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“Estes já foram identificados e apreendidos. Temos outros 116 que estão apreendidos momentaneamente para fins de verificação, documentação e comprovação de propriedade”, informou o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM), tenente-coronel Giovani Paim Moresco, que coordenou a operação.

Os PMs não encontraram cabeças de gado na fazenda, mas animais possivelmente furtados foram localizados em propriedades próximas. A suspeita é de que os criminosos tenham movimentado os bovinos na madrugada, antes da operação. “Normalmente, o abigeatário não guarda as cabeças de gado de forma conjunta. Ele as espalha, como fez nessa ação. Larga alguns em um campo, outros em outro, e os proprietários das terras não ficam sabendo que esse gado, oriundo de crimes, fica três ou quatro dias na invernada deles”, explicou Moresco.

De acordo com o comandante, os 116 animais permanecerão apreendidos até que apareçam os donos. Ao longo dos últimos dois dias, profissionais da Inspetoria Veterinária vêm reunindo os bovinos e passando um a um dentro de um brete, para examiná-los, conferir marcas, dados e registros.

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“A cadeia econômica sofre em todos os aspectos”

A lei prevê para o abigeato penas consideradas brandas, de dois a cinco anos de prisão, além de multa. Contudo, trata-se de um crime que provoca uma série de consequências negativas, não só na área da segurança pública, mas também na economia e na saúde. Junto com o furto, vêm as infrações às regras sanitárias, o que acaba colocando em risco a vida das pessoas.

O tenente-coronel Moresco observa que, pelo valor da carne bovina, esse tipo de crime acaba sendo rentável para os bandidos. E quem paga a conta é a população como um todo. “Por conta do abigeato, o produtor que investe no rebanho, faz o controle de vacinação, alimentação e paga os impostos da propriedade perde toda uma parte de sua produção e investimento. Por consequência, acaba adquirindo menos insumos, menos vacinas. Ao mesmo tempo, o que sobra de animais acaba sendo vendido por valor maior, que o consumidor final acaba pagando”, comentou o comandante.

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Moresco: consumidor final acaba pagando | Foto: Alencar da Rosa

Em contrapartida, o consumidor que deseja pagar menos, muitas vezes, acaba adquirindo de clandestinos. “Se o preço normal é R$ 9,50 e o abigeatário vende a R$ 7,00, muitos consumidores acabam nutrindo esse filão de carne irregular. Em um primeiro momento pode até parecer vantajoso, porém, logo adiante, quando voltar a comprar do mercado, encontrará um valor ainda mais elevado, que não se recupera mais. A cadeia econômica sofre em todos os aspectos.”

Não bastassem os problemas econômicos, o crime de abigeato atinge em cheio a saúde. A tuberculose e a brucelose são duas doenças que afetam os rebanhos bovino, equino, ovino e caprino, e que podem ser transmitidas para seres humanos pela carne, pois ficam impregnadas nas vísceras e fluidos dos animais. “O consumo de uma carne que não foi devidamente inspecionada, quando malpassada, como muitos gostam, pode contaminar as pessoas. O abigeatário não tem preocupação em preservar os aspectos sanitários. O intuito dele é carnear, vender de forma irregular e obter lucro. O intermediário, que vai comercializar essa carne, se agregou a essa cadeia e também comete crime. O consumidor, não sabendo disso, compra, consome e pode vir a adoecer”, alertou Moresco.

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