Ao longo de quarta, 10, e quinta-feira, 11, dez agentes da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab), de Camaquã, deflagraram na região a segunda fase da Operação Cordilheira, que tem o objetivo de combater o furto de gado. Foram realizadas buscas em propriedade rurais de Santa Cruz do Sul, Rio Pardo e Vale do Sol, sendo localizadas 14 vacas e dois terneiros, avaliados em mais de R$ 100 mil, que haviam sido alvos de criminosos.
O trabalho marca a segunda etapa de uma investigação iniciada em fevereiro do ano passado, a partir de um caso de abigeato (furto de animais) cometido em uma propriedade rural na localidade de Corredor do Meio, em Encruzilhada do Sul. Na ocasião, foram levadas 49 vacas, todas prenhas, das raças Angus e Aberdeen. Na primeira ação, em julho, foram apreendidos celulares, armas de fogo e cartuchos em duas propriedades de Encruzilhada do Sul.
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Já na última quarta-feira pela manhã, no início da operação na região, foi cumprido um mandado de busca em uma propriedade da localidade de Arroio do Couto, interior de Santa Cruz do Sul. Os agentes realizaram a revisão do rebanho bovino existente no local, bem como identificaram notas e contranotas de produtor rural e Guias de Transporte Animal (GTA), além de documentos complementares relacionados a negociações para aquisição do gado.
Os policiais ouviram o dono da propriedade, que relatou ter adquirido 31 animais em uma transação com características suspeitas. A partir do depoimento, na tarde de quarta-feira os agentes foram até uma propriedade de Faxinal de Dentro, interior de Vale do Sol, e localizaram 11 vacas e um terneiro que haviam sido alvos do furto investigado.
Já na tarde dessa quinta-feira, a Decrab, com o apoio das delegacias de Rio Pardo e Tapes e da Inspetoria Veterinária da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, localizaram outras três vacas e um terneiro em uma propriedade de Capão da Coalhada, no interior de Rio Pardo.
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Movimentação suspeita chamou a atenção
A investigação do caso iniciou logo após o abigeato, em fevereiro. Porém, passou a ser coordenada pela Decrab a partir de abril, em virtude de o órgão ter competência para atuar em crimes do tipo em todo o Estado, sobretudo quando há grande quantidade de animais subtraídos.
“Durante essa investigação, identificamos uma movimentação suspeita referente à venda de 31 animais que saíram de Encruzilhada do Sul em direção a Santa Cruz do Sul. A partir disso, foram expedidos mandados de busca e apreensão para averiguarmos a documentação exigida neste comércio”, relatou o porta-voz dos policiais de Camaquã que vieram à região, Márcio Campos.
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Segundo ele, abigeatários costumam emitir notas para, em uma eventual barreira, apresentar alguma documentação do gado – que nem sempre vai para o destino indicado. “Nossa suspeita se comprovou verdadeira, uma vez que identificamos os animais furtados em Encruzilhada do Sul, que foram restituídos ao verdadeiro proprietário”, complementou. Não houve prisões e os nomes dos donos das propriedades não foram revelados. As investigações prosseguem a cargo da Decrab.
Ofensiva também em Candelária
Paralelo à operação deflagrada pela Decrab na região, a Polícia Civil de Candelária realizou uma diligência na tarde de quarta-feira e apreendeu 26 quilos de carne sem procedência na localidade de Capão Claro. Agentes localizaram o produto ao cumprirem mandado de busca e apreensão relacionado a uma investigação sobre casos de abigeato.
“A informação que recebemos é que o alvo, que mora nessa residência, vendia de porta em porta a carne de animais abatidos”, comentou a delegada Alessandra Xavier. Não foi comprovada a procedência da carne, nem mesmo havia etiqueta de pesagem. De acordo com Alessandra, chamou a atenção diversos cortes irregulares no alimento. “Isso e outras características, como a falta de comprovação e origem, são indicativos de abigeato”, complementou a delegada.
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O caso será investigado e o homem que estava com a carne pode ser enquadrado nos crimes de abigeato, receptação e até relações sanitárias de consumo. “Tudo vai depender da prova produzida. Essa ação representa o início de uma ofensiva de combate a este tipo de crime no nosso município”, antecipou Alessandra Xavier.
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