No último domingo, 22, durante abertura da 22ª Conferência Mundial de Promoção da Saúde, em Curitiba, o representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Joaquín Molina, destacou que em todos os países e territórios das Américas, os mais ricos têm maior expectativa de vida e usufruem de melhor saúde do que os menos favorecidos.
“Isso é injusto. E alguns grupos ainda enfrentam diferentes formas de desigualdade, que podem sobrepor-se à posição e a condição econômica, como as relacionadas ao sexo e à etnia”, alertou. Segundo Molina, pertencer a certos grupos pode significar piores condições de vida, de acesso a serviços, de participação e ascensão social, caracterizando-se como iniquidades evitáveis e, portanto, injustas.
Também presente no evento, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Ferreira dos Santos, ressaltou a importância de iniciativas como o Programa Mais Médicos, que “chegaram aos rincões mais distantes do país, levando saúde e cidadania”, ajudando a reduzir a desigualdade.
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Outro tema amplamente discutido pelos participantes na abertura da Conferência foi a necessidade de defender e ampliar o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. “A OPAS compartilha com o SUS valores de equidade e acesso de todos à saúde. Nós vemos um só caminho para o SUS: fazer mais saúde, fazê-lo mais universal, fazer o SUS cada vez mais SUS”, afirmou Molina.
O presidente do CNS também falou sobre o Sistema. “Esperamos que, com esta conferência, digamos ao mundo que não há democracia sem SUS e nem SUS sem democracia.” O vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Paulo de Goés, concordou. “A melhor forma de defesa do SUS é intensificarmos o esforço para garantir a reforma sanitária. Não há saúde sem justiça social, nem democracia. Não há SUS sem democracia. Não há promoção de saúde sem democracia.”
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, chamou atenção ainda para outras iniciativas brasileiras, como o “Vida no Trânsito” — realizada em parceira com a OPAS. “Com o programa, conseguimos a redução de 40% das mortes no trânsito e, consequentemente, de gastos públicos.”
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