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Onyx e Leite voltam a trocar acusações em debate

Foto: Rosi Boni

A 11 dias do segundo turno, o debate promovido nesta quarta-feira, 19, pela Federasul, em Porto Alegre, foi marcado por trocas de provocações entre os candidatos a governador do Rio Grande do Sul. Embora ambos tenham se comprometido em trabalhar para reduzir a carga tributária do Estado, pauta levantada pela própria entidade, Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) divergiram sobre assuntos como a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

A tensão começou logo nas considerações iniciais, quando Onyx fez menção à repercussão de uma gravação feita na semana passada, após um debate na Rádio Gaúcha, em que ele se negou a apertar a mão de Leite. Onyx alegou que havia sofrido “ataques inomináveis” contra ele e o filho na véspera e no decorrer do confronto. “Se o filho de cada um de vocês for agredido por alguém e vocês encontrarem esse agressor, alguém estende a mão?”, questionou, diante da plateia formada maioritariamente por lideranças empresariais. Onyx disse ainda que, momentos antes, havia apertado a mão de Leite na presença do presidente da Federasul, Anderson Cardoso – o momento foi registrado em foto. “Pedi a ele (Leite) que parasse com a campanha de baixo nível que tem sido feita contra a nossa pessoa”, falou.

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Leite rebateu na sequência, afirmando que a campanha de Onyx tem propagado notícias falsas, algumas retiradas do ar por determinação da Justiça Eleitoral. “Ele falou que eu ataco o seu filho, mas não diz qual foi o ataque, porque não houve. Pelo contrário, falei que ele foi meu secretário e foi até um bom secretário”, disse.

Outros assuntos que já vêm motivando embates entre Onyx e Leite desde o primeiro turno voltaram à tona. Em um desses momentos, Onyx atribuiu a melhora na situação financeira do Estado aos repasses feitos pela União durante a fase mais aguda da pandemia e acusou Leite de utilizar esses recursos em outras áreas que não a saúde. “O melhor secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul foi Jair Bolsonaro, com os volumes fantásticos que foram enviados para o Estado”, ironizou.

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Leite afirmou que a declaração “ofende o esforço de muita gente” e citou os deputados estaduais que aprovaram as reformas estruturantes e os servidores estaduais. Disse ainda que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) atestou que os recursos do governo federal foram aplicados na saúde. “Isso é opinião errada de quem não conhece o Estado”, disparou.

Já no bloco final, Onyx encerrou as considerações finais cobrando Leite quanto à posição de neutralidade assumida por ele em relação às eleições presidenciais no segundo turno. “Quem deseja governar o Rio Grande do Sul, tem que ter lado. O dono do muro é o diabo. Tem que ter coragem. Todo mundo sabe que, desde abril de 2017, eu assumi um lado”, disse ele, que é um dos apoiadores mais fieis de Bolsonaro.

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Leite reagiu assim que tomou a palavra. “Eu tenho lado, o lado da vacina. Tem que ter lado. Eu tenho lado, o que não é réu confesso de caixa dois”, disse, em referência ao fato de Onyx não ter se imunizado contra Covid-19 e ter admitido ter recebido valores não declarados da JBS em campanhas.

Candidatos se comprometem com redução de impostos

O debate teve seis blocos. Nas considerações iniciais, Leite fez um apanhado de medidas tomadas na gestão dele voltadas ao setor empresarial, exaltou a recuperação da situação fiscal do Estado e disse que uma das prioridades, se eleito, será a “qualificação do capital humano”. “Agora que temos a casa arrumada, é hora de arrumar a escola”, disse, citando metas como parcerias com municípios para programas de alfabetização e implantação de ensino em tempo integral em 50% das escolas de ensino médio.

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Já Onyx se comprometeu em transformar a Casa Civil do Estado em “um centro de governo no padrão OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]”. A ideia é que o órgão passe a ser responsável pelo acompanhamento e monitoramento das ações de governo, a partir de um sistema de métricas e metas, enquanto a função política e de relações institucionais seria transferida para uma secretaria de governo. “É um modelo que foi corroborado em 36 países, que são as maiores economias do mundo”, disse.

Além dos dois blocos de confronto direto, em outros dois os candidatos responderam a perguntas feitas pela Federasul, que versaram sobre impostos e estratégias para atração de investimentos e geração de empregos. Onyx afirmou que o objetivo dele é reduzir a carga tributária do Estado e defendeu fortemente a simplificação. “A estrutura tributária é tão complexa que, conversando com os supermercadistas, eles estão desenvolvendo um sistema para apurar o imposto justo porque nem a Secretaria da Fazenda sabe o que tem quer ser cobrado”, falou.

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Leite também se comprometeu em “continuar trabalhando na lógica de redução da carga tributária” e defendeu as medidas tomadas ao longo da própria gestão, como as privatizações e as reformas administrativa e previdenciária, que, conforme ele, permitiram com que o comprometimento da receita corrente líquida do Estado com a folha de pagamento caísse de 80% para 58%. “Quem não reconhece o caminho que nos trouxe até aqui, vai percorrer um caminho diferente que possivelmente nos levará à involução”, falou.

Privatização da Corsan gera embate

Os candidatos também debateram sobre a privatização da Corsan, que foi iniciada no governo Leite mas ainda não concluída. Leite cobrou Onyx quanto a posição contrária à medida e o candidato do PL afirmou que o processo foi “mal feito” e que isso foi motivo de alertas do Tribunal de Contas. Disse ainda que é preciso garantir que os cidadãos tenham acesso a água e esgoto tratado de forma barata. “Pagaram milhões em consultorias e fizeram um projeto que tem um ganho extraordinário para quem for adquirente e um pagamento brutal para as pessoas”, disse.

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Leite, por sua vez, defendeu que a privatização é necessária diante do novo Marco Regulatório do Saneamento, que restringiu o acesso a recursos com juros subsidiados por empresas públicas e prevê a universalização do acesso a água e saneamento até 2033. O tucano afirmou que os investimentos vão movimentar a economia e que, se o Estado adiar a venda, a tarifa pode ficar mais alta uma vez que as obras terão que ser realizadas em um período de tempo mais curto. “Quanto antes avançarmos na privatização, melhor”, falou.

Pandemia e coluna de jornal

Em mais de um momento, Onyx também criticou as medidas de enfrentamento à pandemia tomadas pelo governo Leite que envolveram restrições às atividades econômicas. “Aqui estão reunidas as pessoas que sofreram o ‘fecha tudo’”, falou, aos empresários. Depois, exaltou as iniciativas tomadas pelo governo Bolsonaro para salvaguardar a economia. “Quantas empresas que estão aqui foram salvas pelo Pronampe ou pelo BEm? E o governo do Rio Grande do Sul fez o que?”, criticou.

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Em outra passagem tensa, Leite, após ser criticado pelo adversário, leu uma coluna publicado pelo jornalista Lauro Jardim n’O Globo, em outubro de 2021, em que relata uma reunião no Palácio do Planalto na qual Onyx teria sugerido que o projeto de reforma administrativa fosse abortada porque isso poderia prejudicar os planos de reeleição do presidente. Na ocasião, Onyx teria feito um comentário homofóbico após o ministro da Economia Paulo Guedes ter citado que Leite havia conseguindo aprovar reformas no Rio Grande do Sul. Quando retomou a palavra, Onyx refutou o relato da coluna. “Todos nós sabemos como parte da imprensa brasileira funciona”, disse.

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