Com 1.828 páginas, o inquérito decorrente de uma investigação da Polícia Civil sobre a atuação da facção Bala na Cara em Candelária foi remetido nessa quinta-feira, 23, ao Poder Judiciário. O documento aponta 19 pessoas como integrantes da organização criminosa no município, com envolvimento em diversos crimes, como homicídios, tráfico de drogas e comércio e porte ilegal de armas de fogo.
A investigação durou mais de seis meses. Um dos momentos mais importantes, porém, foi a Operação Pac Man, realizada em 29 de outubro deste ano. Na ocasião, 130 policiais cumpriram 31 mandados de busca. Foram presas 12 pessoas. Segundo a delegada da Polícia Civil de Candelária e responsável pelo inquérito, Alessandra Xavier, o alvo principal da Operação Pac Man foi um homem de 26 anos. Ele era o comandante dos Bala na Cara e recebia ordens diretas de um indivíduo conhecido no submundo do crime pelo apelido de Guidão, que cumpre pena na Penitenciária Estadual de Arroio dos Ratos e é o líder da organização criminosa com atuação na cidade.
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Dos bastidores dessa ação, a delegada revelou à Gazeta dois episódios que a marcaram. “Lembro de um político que me relatou que foi fazer campanha no Ewaldo Prass e um líder, depois preso na operação, apareceu na rua portando uma arma longa, no intuito de intimidar e dizer que era ele quem mandava ali. E outro fato remete aos comerciantes, que evitavam fazer entregas no bairro, com medo dos traficantes, e deixavam de vender”.
Segundo a delegada Alessandra Xavier, embora o vasto material probatório remetido ao Judiciário responsabilize os integrantes da facção Bala na Cara, as investigações da Polícia Civil seguem. “Entregamos o inquérito, mas o trabalho ainda não terminou. Existem muitas situações ainda por elucidar, inclusive alguns homicídios recentes. Aguardamos provas técnicas para dar prosseguimento”, salientou.
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Alessandra ressaltou ainda o reconhecimento da população. “O que ficou claro é que entramos nos locais e a comunidade reconhece o trabalho. Somos parabenizados. A Polícia Civil mostrou a cara e a força que tem. Conseguimos impor respeito. Onde o poder da polícia não se firma, as facções se instalam, e aqui eles já sabem que a gente não vai se curvar a eles”.
Ao todo, 19 pessoas foram apontadas como integrantes da Facção Bala na Cara. De acordo com a delegada Alessandra Xavier, o inquérito apresenta “vasto material probatório”. Ao longo do último ano, a facção passou a dominar o comércio de entorpecentes em Candelária, ultrapassando o grupo Os Manos, que antes detinha o comando do tráfico. As investigações que culminaram na finalização do inquérito, conforme a delegada Alessandra.
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