A escassez de moedas nos estabelecimentos e no transporte público e privado tem sido um problema recorrente na hora de passar o troco. As que mais estão em falta e causam o impacto da “queda” dos centavos são as de menor valor. No entanto, a ausência de circulação do dinheiro em metal não combina com o montante que está em circulação.
Desde 1994, o Banco Central já liberou mais de 27,5 bilhões de unidades. Dessas, 6,9 bilhões são de R$ 0,05 e 7,2 bilhões de R$ 0,10. Já as de R$ 0,25 e R$ 0,50 têm a mesma quantidade cada, mais de 3,1 bilhões, enquanto a moeda de R$ 1,00 conta com 3,7 bilhões de unidades. A situação coloca em desespero alguns comerciantes e cobradores de ônibus na hora de facilitar o troco.
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A gerente de marketing do Miller Supermercados, Elisa Trinks, explica que os reflexos da redução na circulação de moedas têm sido significativos. “Há mais de um ano temos percebido que em alguns períodos as moedas simplesmente somem e depois reaparecem. São de todos os valores, mas as de R$ 0,05 e R$ 0,10 são as que mais estão em falta.”
Entre os principais motivos apontados para a redução da circulação de moedas está a mudança de hábito do consumidor, que passou fazer o pagamento das compras com o dinheiro digital. “Muitos estão optando por utilizar os cartões de crédito e débito, o que contribui para a falta de moedas para troco”, explica.
O supermercado está com uma campanha para conseguir moedas e facilitar na hora do troco. A cada R$ 50,00 em moedas levadas até a loja matriz do Centro ou a uma das três filiais – Avenida Independência, Verena e Arroio Grande – o “poupador” receberá um brinde surpresa.
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No transporte coletivo urbano a situação não é diferente. A ausência das moedas também dificulta o trabalho dos cobradores na hora de dar o troco. “Estamos praticamente sem troco. As empresas trabalham com uma quantidade de moedas, mas pelo fato de muitas pessoas utilizarem o cartão vale-transporte ou dinheiro em cédula, e não carregarem as moedas, elas acabam escassas”, afirma o gerente do Consórcio TCS, Zaqueu Forgiarini.
Já no comércio, em razão dos avanços tecnológicos e também de os métodos de pagamento estarem cada vez mais diversificados e modernos, a situação ainda não chegou a causar impacto. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Márcio Farias Martins, afirma que muitos consumidores estão substituindo o dinheiro convencional (papel e metal) pelo dinheiro digital.
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“Os cartões de débito e crédito estão sendo bem mais usados nas lojas, até porque as compras agregam um valor mais expressivo; as moedas, na maioria das vezes, são utilizadas para pequenos pagamentos. São poucos que ainda usam dinheiro físico. A maioria prefere os aplicativos nos smartphones e os cartões, que se tornaram práticos tanto para os lojistas quanto para os consumidores”, afirma.
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ENTESOURAMENTO
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O entesouramento, que é a prática de guardar moedas e não utilizá-las, é algo bem comum para a maioria das pessoas. Muitos armazenam um grande número em garrafas pet ou nos cofres das crianças. O gerente de Segmento do Banco do Brasil, Giuliano Ragazon, explica que as pessoas têm maior facilidade de poupar desta forma.
“Elas não têm o hábito de carregar o dinheiro de metal porque não é prático como os cartões de crédito e de débito, assim como os aplicativos. Há pessoas que chegam a juntar R$ 300,00 em moedas. Depois depositam na conta bancária”, afirma.
Ragazon explica que a tendência será cada vez mais utilizar o dinheiro digital para efetuar pagamentos e transações no comércio. “Em novembro, o Banco Central colocará em operação o Pix. Por meio de chaves cadastradas será possível fazer transferências e pagamentos em segundos, 24 horas por dia. É uma inovação que vai transformar o dinheiro físico em digital e trará muitas vantagens para os lojistas e consumidores”, enfatiza.
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