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Direto da redação

Onde as árvores foram plantadas?

A Gazeta do Sul tem elaborado, ao longo dos meses, inúmeras reportagens relacionadas a agressões ambientais no entorno de Santa Cruz do Sul. Em algumas situações, trata-se de desmatamentos, alguns visivelmente ilegais; em outras, é a retirada, discreta ou nem tanto, de árvores em espaços públicos urbanos, ou ainda a derrubada de espécies rigorosamente protegidas pela legislação.

Por exemplo: se um agricultor tocar uma araucária, terá sérios problemas com seu Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), além de multas e outras sanções. Mas qual não é a surpresa quando se constata que em vários ambientes urbanos as mesmas araucárias somem como se fosse a coisa mais natural deste mundo. E nem falemos de podas drásticas ou radicais, que em quase nada se diferenciam da derrubada definitiva ou decepação das árvores.

Além das reportagens dedicadas a advertir sobre depredações, agressões ambientais e exploração inescrupulosa de um bem público (afinal, em algumas situações a floresta não é de um, mas um bem comunitário), 2020 foi definido como o ano do Projeto Repensar. Por ele, a Gazeta, em suas diversas plataformas, lidera ações de conscientização, de preservação e de proteção. Que se desdobram, por exemplo, em matérias especiais sobre espaços e ambientes protegidos, preservados, conservados.

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Na edição deste fim de semana, o jornalista Rodrigo Nascimento e a fotógrafa Rafaelly Machado mostram como se encontra a Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), eterna, aos cuidados da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), um dos refúgios mais autênticos do que restou de Mata Atlântica. Em outro sentido, na edição da quarta-feira, noticiamos (mais) uma derrubada radical de árvores em calçadas. E, nesta edição, infelizmente, mais um flagrante, desta feita na Travessa Kipper, onde inúmeras foram suprimidas.

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Nesse processo, têm sido recorrentes contatos de leitores e pessoas da comunidade fazendo a indagação, que ninguém consegue sufocar: dezenas, talvez centenas, de áreas no entorno de Santa Cruz, em sua maioria às claras ou visíveis diante dos olhos de qualquer pessoa, têm tido as árvores derrubadas.

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Ao que tudo indica, pela naturalidade com que a ação é feita, com autorização pública, dos organismos competentes, ainda que especialistas da área ambiental se perguntem como tais licenças são dadas ou obtidas. Mas se a legislação prevê que para cada árvore derrubada, em terrenos ou calçadas, várias outras precisam ser plantadas por quem obtém a licença… onde, afinal, foram plantadas essas milhares de árvores que, por lei, teriam de ser repostas e plantadas?

Se a comunidade sabe (porque o vê, diante dos olhos) quando uma área é devastada, como ela nunca vê, nunca sabe, nem consegue saber, onde as que deviam ter sido plantadas (e cuidadas com zelo) foram de fato plantadas? Em outro estado? Em outro país? Em outra galáxia? Eis um mistério.

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