O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira, 25, que um grupo da entidade determinou que seja paralisado um estudo sobre o uso da hidroxicloroquina em pacientes com coronavírus. Segundo ele, haverá agora uma avaliação sobre o medicamento, para se decidir se esses estudos serão retomados ou devem ser interrompidos de modo permanente.
Ghebreyesus destacou em entrevista coletiva virtual da OMS um estudo publicado na sexta-feira, 22, pela revista científica The Lancet. A publicação britânica mostrou em um levantamento que pacientes com coronavírus que tomavam cloroquina e hidroxicloroquina tinham taxas de mortalidade superiores às de outros grupos, no mais recente estudo a contestar os eventuais benefícios desses medicamentos contra a Covid-19, com o agravante de que eles podem causar problemas cardíacos em parte dos pacientes.
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“O Grupo Executivo [da OMS] implementou uma pausa temporária no braço com hidroxicloroquina dentro do Solidarity Trial, enquanto os dados são revisados pelo Conselho de Monitoramento da Segurança dos Dados”, informou Ghebreyesus.
A OMS conduz atualmente esse Solidarity Trial com parceiros em vários países, a fim de testar medicamentos contra o novo coronavírus. O diretor-geral garantiu que a OMS “continua a atuar agressivamente em pesquisa e tratamento” contra a doença. Ghebreyesus comentou que uma revisão considerará os dados coletados até agora no Solidarity Trial e, com os dados disponíveis, será possível “avaliar de modo adequado os potenciais benefícios e problemas desse medicamento”.
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Diretora-geral para Programas da OMS, Soumya Swaminathan também tratou do assunto. Ela disse que a OMS pode ainda recomendar o medicamento, caso ele se mostre eficiente e reduza o tempo de internações, sem elevar riscos. Agora, porém, afirmou ser necessário que o conselho da OMS avalie os dados já disponíveis e revise a decisão sobre a hidroxicloroquina. Um novo posicionamento sobre o medicamento deve vir a público “dentro de uma ou até duas semanas”, informou.
Diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde, Mike Ryan disse que “se não houver problemas, podemos voltar a usá-la” contra a Covid-19. Segundo ele, a interrupção dos testes é um procedimento padrão, nesses casos.
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