A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de emergência sanitária mundial por conta da ameaça do zika vírus. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 1º, em uma uma coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, depois da primeira reunião do Comitê de Emergência sobre zika vírus da OMS.
Esta declaração representa o maior nível de alerta da OMS. A provável ligação entre o vírus e a microcefalia fizeram com que a organização mostrasse tamanha preocupação com a doença. Só no Brasil, há 270 casos confirmados em bebês e 3.449 suspeitos desde 2015.
O mais alto nível de alerta só havia sido dado em três outras ocasiões pela OMS: em 2009, com a epidemia da gripe H1N1; em maio de 2014, com o ressurgimento de uma forma de poliomielite na Síria e no Paquistão; e em agosto de 2014, devido ao ebola.
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Segundo a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, o Comitê de Emergência considerou que o aumento de casos de microcefalia e outras complicações neurológicas no Brasil e também na Polinésia Francesa e sua possível relação com o zika vírus consistem em uma situação extraordinária e uma ameaça para a saúde pública de outras partes do mundo.
O presidente do comitê da OMS, David L. Heymann, disse que o vírus Zika, por si só, não é considerado uma emergência internacional. “Como sabemos, não é uma condição clinicamente séria”, disse. A possível relação do vírus com o nascimento de crianças com síndromes neurológicas é que constitui a emergência. O pesquisador afirma que são necessários mais estudos para a confirmação científica da relação entre o vírus e a microcefalia. “Não sabemos quanto tempo vai levar até comprovarmos essa relação”, disse.
Recomendação para grávidas
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Mulheres grávidas devem evitar viagens para locais onde circula o vírus Zika, recomendou também Margaret Chan. O comitê emergencial técnico da OMS, criado para estudar a situação, não vê motivos para restringir viagens ou comércio com os países afetados. A recomendação da diretora-geral se aplica exclusivamente a mulheres grávidas.
Para Margaret Chan, a ação mais importante no momento é controlar a população do mosquito Aedes aegypti, vetor da zika, da dengue e da febre chikungunya. A diretora também recomenda que as gestantes que estão nas áreas afetadas pelo mosquito se protejam com “repelentes seguros” e com “roupas longas”, para evitar a picada do mosquito.
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