A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nessa quinta-feira, 30, emergência de saúde pública de interesse internacional pelo surto do novo coronavírus. Identificado pela primeira vez em dezembro, o vírus já deixou 213 mortos na China e infectou 9,7 mil pessoas. Outros 19 países, de quatro continentes, já confirmaram casos. A OMS não recomendou restrição de viagem ou comércio com o país asiático. Mas várias nações já adotam medidas drásticas. A Rússia fechou fronteira com a China nessa quinta-feira – o que já havia sido feito pela Mongólia.
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A decisão foi tomada pela diretoria da OMS após consulta a um comitê de especialistas que se reuniu por mais de sete horas em Genebra. É a sexta vez que a entidade declara esse status. A medida permite que os países integrem esforços sanitários, financeiros e científicos na contenção do surto.
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O comitê de emergência já havia se reunido duas vezes na semana passada, mas, na ocasião, concluiu que “era muito cedo” para decretar alerta global.
O argumento da OMS foi de que, embora já configurasse emergência na China, o surto ainda estava muito localizado e não representava ameaça internacional. O cenário, porém, se agravou na última semana. Embora mais de 98% das infecções tenham sido registradas em território chinês, o total de países com confirmações tem crescido todos os dias. Ontem foram reportados dois casos na Itália.
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Na Alemanha, no Japão, no Vietnã e nos Estados Unidos, o vírus já contaminou pessoas que não estiveram em território chinês, o que indica transmissão interna nesses locais, cenário que eleva o risco de propagação global. Esse foi o motivo pelo qual o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, decidiu reconvocar o comitê de emergência e declarar alerta global.
Na entrevista coletiva em que o anúncio foi feito, Ghebreyesus afirmou que, por mais que o número de casos em outros países ainda seja pequeno (98 registros), é necessária ação coordenada entre nações. “Embora esse número seja relativamente pequeno em comparação com o registrado na China, devemos agir juntos agora para limitar uma futura propagação. Não sabemos o tipo de dano que o novo coronavírus pode causar se ele se espalhar por um país com um sistema de saúde mais frágil. Precisamos agir agora para ajudar os países a se preparar para essa possibilidade.”
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