A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma nova lista de patógenos com potencial de causar pandemias. Entre os vírus e bactérias elencados, estão aqueles responsáveis pela dengue, monkeypox, varíola, chikungunya e zika.
No total, o relatório aponta 27 patógenos (e suas variações) que devem ser observados com atenção pelas comunidades médica e científica. As versões anteriores do documento, publicadas em 2017 e 2018, continham apenas 11 micro-organismos.
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O trabalho de análise e priorização desses patógenos envolveu mais de 200 cientistas de mais de 50 países. O relatório final foi apresentado na Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, realizada no final de julho, no Rio de Janeiro.
Durante o evento, integrantes de governos, organizações sanitárias, indústrias e da sociedade civil debateram lições da covid-19 e perspectivas para o controle de pandemias. Do Brasil, participaram o Ministério da Saúde e a Fiocruz.
Em maio, durante a 77ª Assembleia Mundial da Saúde, diversos países se reuniram para debater um instrumento internacional com diretrizes de preparação, prevenção e resposta a pandemias. No entanto, por divergências entre os participantes, a reunião em Genebra, na Suíça, terminou sem acordo.
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A ideia é que a lista ajude a orientar pesquisas não só para o conhecimento dos patógenos, mas também para criar ferramentas e contramedidas que ampliem a capacidade de resposta caso uma nova pandemia ameace surgir.
“A história nos ensina que a próxima pandemia é uma questão de ‘quando’, não ‘se’. Ela também nos ensina a importância da ciência e da determinação política para atenuar seu impacto”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em comunicado.
O documento inclui dois tipos de alvos. Como prioridade, os micro-organismos com maior transmissibilidade e virulência, ou seja, que se espalham rapidamente e causam infecções graves. Em segundo plano, patógenos considerados protótipos, ou seja, que servem como guias para os pesquisadores avançarem no conhecimento sobre suas famílias.
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Os relatórios de 2017 e 2018 já alertavam sobre o risco dos patógenos que causam a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, da sigla em inglês), Vírus Respiratório do Oriente Médio (MERS, da sigla em inglês), zika, ebola, doença de Marburg, nipah, febre hemorrágica Crimean-Congo e febre do Vale do Rift.
Agora, o documento inclui também os causadores de doenças como dengue, chikungunya, salmonelose não tifoide, cólera, pneumonia, febre amarela, doença mão-pé-boca, gripes e outros tipos de febre hemorrágica.
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Entre os vírus influenza listados, há aqueles que causam a gripe comum, a aviária e também a suína, sendo as duas últimas as mais preocupantes nas Américas, segundo o relatório. No continente, também estão presentes protótipos como o rotavírus, o vírus da estomatite vesicular, o vírus da cinomose canina e o da febre oropouche.
O documento também lista para cada patógeno as opções de medicamentos e vacinas que estão em estudo.
A lista da OMS inclui ainda o patógeno X, aquele que pode causar uma nova pandemia, mas que não é conhecido pela comunidade científica até agora.
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Para exemplificar o termo, a entidade propõe a seguinte comparação: imagine uma rua com diversos postes criando focos iluminados no chão. Os locais onde a luz incide são aqueles patógenos já conhecidos e que estão em estudo. Há, no entanto, diversos espaços não iluminados, que representam a diversa gama de micro-organismos ainda desconhecidos pelos cientistas.
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O causador da próxima pandemia pode tanto estar na lista divulgada pela OMS quanto nesses “espaços sem luz”, entre os patógenos desconhecidos. Por isso, o nome patógeno X. A entidade reforça que é preciso fomentar a pesquisa desses vírus e bactérias, ampliando o conhecimento sobre as possíveis ameaças à saúde.
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