Na coluna anterior, recordamos da antiga indústria de manteiga de Santa Cruz. Hoje, lembramos de outro empreendimento, a fábrica de óleo de linhaça Atirador, de Schütz Irmãos.
Com a ajuda de Ricardo e Paulo Schütz, resgatamos um pouco da sua história. A fábrica ficava na Rua Ernesto Alves, esquina com a Borges de Medeiros, onde hoje é o Supermercado Imec.
A fundação ocorreu no início dos anos 40, pelos irmãos Bruno e Edmundo Schütz (Eddie), com participação acionária menor de Hans Fred Müller. Por muitos anos, foi a única do setor na região.
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A linhaça era adquirida de diferentes partes do Estado. A extração do óleo dava-se por esmagamento mecânico da semente, o que conferia maior qualidade ao produto. O processo químico veio mais tarde, mas não foi utilizado pela empresa.
O nome Atirador é uma tradução do sobrenome dos proprietários, do alemão para o português (Schütz=atirador). O símbolo era um arqueiro medieval agachado, com arco e flecha na mão. A figura aparecia na fachada do prédio, em alto relevo. A empresa foi vendida a um grupo de Pelotas no final dos anos 60.
Indústrias de tintas paulistas e a gaúcha Renner & Herrmann eram as compradoras do óleo. O resíduo da prensagem (torta de linhaça) era exportado para a Alemanha e parte vendida a produtores de leite da região.
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O leitor Harry Genehr recorda que seu pai Emílio foi técnico industrial da Atirador. Quando garoto, levava lanche (frühstück) para o pai. Sua recompensa era molhar uma fatia de pão no óleo, que escorria quentinho por uma canaleta até os tanques de armazenagem. Diz que este pequeno prazer nunca foi esquecido.
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