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ROMEU NEUMANN

Oktobergeschenk uma vez!

Antes que você pense que tenham ocorrido erros de digitação ou que esteja xingando alguém com um palavrão, deixe que eu traduza e contextualize o título deste artigo.

Até os que não são familiarizados com a cultura e a língua germânica entenderão que Oktober faz referência ao mês de outubro. Já o complemento Geschenk, devo concordar, é bem mais desafiador. Simplificando, é nada mais do que a tradução de presente.

É isso mesmo que gostaria de enfocar. Estamos, sim, sendo presenteados, finalmente, neste outubro de 2021, com uma nova edição presencial da Festa da Alegria. Eu diria mais: uma festa da superação, da coragem, de um reaprendizado. De alguma forma, cada um a seu modo e com seus conceitos, tivemos que nos adaptar a novos protocolos de convivência.

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Imagino o peso e o tamanho do desafio das pessoas que assumiram para si o compromisso de organizar este evento. Sabiam, muito antes de iniciar qualquer planejamento, que estariam sob a mira da controvérsia. Porque, de fato, há argumentos a favor e contra programação de qualquer natureza que propicie aglomerações neste momento.

Torço que tudo dê certo. Há tantas pessoas envolvidas que merecem e precisam do êxito deste evento. Por certo, agora mais do que nunca.

Ainda no início desta histórica Oktober, quero elencar alguns fatores que considero fundamentais para o êxito da festa.

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Estive em praticamente todas as edições. O que sempre me impressionou foi a entrega pessoal e o comprometimento de gente da comunidade com a organização dos mínimos detalhes para o sucesso do evento.

Não são dias, nem semanas. São meses de dedicação. E de exposição: aos elogios que recompensam e às críticas que atormentam. Mas só assim grandes acontecimentos se tornam reais.

Nem o local é unanimidade. Para mim, um privilégio que município algum do porte de Santa Cruz do Sul possui: um parque e a maior festa germânica do Estado a pulsar vida, alegria e animação no coração da cidade.

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Aliás, como muitos santa-cruzenses, penso que esse patrimônio é subaproveitado. A Bierhaus é só um exemplo. Um prédio estilizado e com essa imponência, que contempla o sol poente e se ornamenta com o verde das alamedas à sua frente, deveria reverberar todos os dias a alegria contagiante e ritmada das bandas, o sabor da culinária germânica e a magia de uma roda de chope.

Vai acontecer. Ainda mais depois de uma notícia que, dada em meio à euforia da abertura da festa, quase passou despercebida, mas que é de extrema importância: a confirmação, pela prefeita Helena Hermany e pelo vice Elstor Desbessell, de que vai ser implantado um centro de eventos no Parque da Oktoberfest.

Será a materialização de um sonho de anos, muitos anos. Os números iniciais divulgados falam em uma estrutura de quase 6 mil metros quadrados a ser implantada entre os pavilhões 2 e 3 a um custo estimado em torno de R$ 10 milhões.

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Os cidadãos – você, eu, todos nós – temos direito de perguntar: e daí?

E daí que os hotéis, os restaurantes, o comércio, os que produzem e abastecem, os que transportam, os que limpam e fazem a segurança, os que servem e animam, os que conectam ou apenas fazem a mediação de qualquer serviço, todos haverão de se beneficiar desse empreendimento público.

E o mais importante: não será atrativo apenas para duas semanas por ano. É presente de outubro e para todos os demais meses do ano.

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