Oktoberfest: tudo a ver com culinária alemã

Em tempo de Oktoberfest, faço uma pequena incursão no mundo alemão da culinária. Em minhas muitas viagens à Alemanha – 23 vezes – conheci diversas iguarias. Pude ir além dos nossos pratos consagrados, vindos na bagagem cultural dos imigrantes. Estes continuam tanto aqui quanto lá em diferentes apresentações, como nossa conhecida Kartoffelsuppe – sopa de batatas; o Kartoffelsalat – salada de batatas, que lá difere de região para região; o Schweinebraten – assado de porco; a Wurst – linguiça/salsicha; o Eintopf – ensopado; entre diversos outros alimentos.

Para começar, lá conheci minha cerveja preferida, a Weizenbier – cerveja de trigo –, e ótimos vinhos. Um de meus preferidos é o Spätburgunder – Pinot Noir para os franceses. Por falar em franceses, foi na região do Elsass – estreita tira de terra, na divisa entre Alemanha e França, por muito tempo dividida, ora pertencente a um, ora a outro país – que o Sauerkraut teve origem – o nosso conhecido repolho fermentado, que os franceses chamam de choucroute. Sauerkraut aprendi a fazer com meu papa Erwin e continuo fazendo em casa na companhia de minha filha Grace, tanto para cultivar a tradição quanto por ser muito saudável.

Muitas especialidades alemãs são regionalmente típicas. Em Tübingen, conheci a schwäbische Küche, a cozinha suábia. Entre os meus pratos preferidos está a Käsespätzle – uma massa em pedacinhos, feita manualmente e servida com cebola frita e queijo derretido; as Maultaschen – tem aspecto de um pastel, recheado com espinafre e carne, que pode ser servido cozido ou cortado em fatias, levemente fritos em frigideira com cebolas refogadas (há uma lenda, segundo a qual a Maultasche foi inventada por monges no século 17) e Schupfnudeln (igualmente do século 17), uma massa gordinha, do tamanho do dedo mingo e com pontas finas. Ela é feita com batata e servida refogada em frigideira, junto com Sauerkraut e toicinho.

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Na Bavária, conheci um pouco da bayerische Küche. O prato mais especial é a Weißwurst, uma salsicha branca, servida em água fervente, acompanhada de pão Brezel, mostarda doce e cerveja de trigo, uma delícia! A propósito, Brezel: sempre que desembarco no aeroporto de Stuttgart, sou saudada com Brezel por amigos alemães (eles sabem que eu os adoro), e eu recebo meus amigos alemães aqui com pão de queijo (que eles adoram). Aliás, o lançamento do livro Receitas do Sul na Alemanha – redigido junto com minha amiga Sabine Heinle e publicado pela Unisc, em parceria com a Universidade de Tübingen – mereceu reportagem no jornal regional de Tübingen, com destaque especial para o pão de queijo.

Conheci também uma grande variedade de Bratwürste, que entre nós são conhecidas como salsichas. Entre as minhas preferidas estão a Thüringer e a Frankfurter, grelhadas e servidas em pãozinho diminuto. Outra delícia é o Leberkäse, ou Fleischkäse, que conhecemos como pão de carne. Este costuma ser servido em fatias grossas grelhadas/assadas, acompanhadas de pão. Ah, e ainda tem a Currywurst – salsicha grelhada, fatiada, servida com batata frita e molho curry – uma das delícias que identificam Berlim. Por falar em identificar, você sabia que o bolinho que conhecemos por sonho é berlinense?

Durante o tempo outonal, conheci a Schlachtplatte – carne fresca de porco fervida –, acompanhada de Leberwurst – morcilha branca de fígado – e Blutwurst – morcilha preta; Sauerkraut e Bauernbrot – pão colonial. O prato com joelho de porco tem diferentes nomes, dependendo da região. Como Schweinshaxe conheci a forma assada, tanto no centro quanto no sul da Alemanha. A versão do joelho curado e fervido encontrei no norte sob o nome de Eisbein. Estes pratos combinam com Kartoffeln, Sauerkraut ou Rotkraut – repolho roxo.

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Eu poderia ainda falar de muitas outras iguarias. Aqui me refiro apenas a algumas, entre muitas, que combinam com a nossa Oktoberfest.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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