O noticiário político foi intenso entre os dias 7 de março e 5 de abril. Durante esse período, esteve aberta a janela de transferência partidária – um fragmento dos quatro anos de mandato, em que os legisladores podem fazer a troca de sigla sem que isso implique na perda do mandato. Se a mudança fosse efetivada em outra época, salvo algumas exceções, a legenda poderia solicitar a cadeira. Mas apesar de forte movimentação de bastidores, com divulgações às vezes bombásticas, muito do que se viu foi uma repetição de nomes. Muda-se o baralho, mas as cartas são praticamente as mesmas.
Essa percepção de que poucas novidades surgem no meio político é evidenciada no levantamento realizado pelo instituto Inteligência, Pesquisa e Consultoria (Ipec), o antigo Ibope, para o Instituto Cidades Sustentáveis, dentro do Programa Cidades Sustentáveis. De acordo com o resultado do questionário apresentado a mais de 2 mil pessoas em 127 cidades brasileiras, oito em cada dez entrevistados disseram não ter vontade de participar da vida política.
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O número daqueles que querem distância desse assunto tem aumentado. Em 2022, eram 76%, chegando a 78% em 2023. Nas duas situações, o País ainda vinha de um período eleitoral com forte embate entre as duas maiores forças da atualidade: Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, soma-se o fato de que neste ano os brasileiros voltam às urnas para escolher representantes nos legislativos municipais e chefes do Executivo.
Sociólogo e coordenador de relações institucionais do Instituto Cidades Sustentáveis, Igor Pantoja acredita que a falta de interesse dos cidadãos maiores de 16 em participar da vida política pode estar relacionada à decepção dos eleitores com a classe. “As pessoas podem não estar vendo na democracia tudo o que gostariam”, alerta.
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Ao averiguar de forma mais abrangente os dados, Pantoja destaca que o interesse em ingressar na política e a lembrança de quem recebeu seus votos na última eleição têm melhores índices naqueles com escolaridade mais avançada e com renda média a alta. “Essas pessoas acabam defendendo mais diretamente seus interesses e sabem que a política tem influência na vida delas”, explica.
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