A safra do pinhão, assim como ocorreu em anos anteriores, deve registrar variações na produção de 2023. A projeção da Emater/RS-Ascar de Passa Sete, uma das principais áreas produtoras na região, aponta para uma redução na venda e na colheita por causa da falta de chuva.
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O extensionista rural Anderson Mateus da Silva afirma que a safra do ano passado foi menor do que o esperado, o que deve se repetir. “As araucárias estão com muitas pinhas, mas pequenas e com falhas, em virtude da estiagem que enfrentamos nos últimos anos e da alternância de produção. A floração da árvore macho – que ocorre entre os meses de agosto e janeiro – também foi afetada devido ao tempo nublado e as chuvas na época”, explica.
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Outros fatores que vêm causando queda na produção são o corte das araucárias para expansão das áreas agrícolas e a diminuição da presença da gralha-azul. “A árvore é protegida por lei e apenas pode ser derrubada com autorização. Já o pássaro, que se alimenta da pinha, também enterra a semente, pois guarda para se alimentar. Dependendo do local, a semente pode germinar e gerar uma nova árvore”, diz Anderson da Silva.
O Rio Grande do Sul permitiu a colheita e venda do pinhão no início deste mês. Em safras anteriores, a atividade começava no dia 15 de abril. Conforme a Secretaria Estadual da Agricultura, a projeção é que ocorra uma redução de 10% a 30% na colheita da especiaria no Estado, por consequência da estiagem.
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Produto já pode ser encontrado para compra
A venda do pinhão deve se estender até julho. Conforme a Emater, atualmente o preço nos supermercados varia entre R$ 15,00 e R$ 17,00 o quilo. Já na compra direta com o produtor, fica em torno de R$ 8,00 a R$ 10,00 o quilo. O município de Passa Sete se prepara para o Festival do Pinhão, no dia 5 de maio. Para o evento, foram adquiridos 50 quilos do produto para elaboração de receitas.
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Para o produtor Izaias Albino Schieferdecker, de 29 anos, morador da localidade de Pinheirinho, no interior de Passa Sete, a safra será pequena, em razão da falta de chuva. “Pretendo iniciar a colheita em até 15 dias, pois gosto de pegar a pinha quando ela começa a debulhar.” A venda do produto será na fruteira da cidade. “O pinhão sempre tem uma boa procura, por isso acredito que as vendas serão boas.”
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O assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar Soledade, Vivairo Zago, afirma que, apesar da colheita estar no início no Vale do Rio Pardo e região Centro-Serra, a qualidade do produto pode ser considerada satisfatória. “A colheita iniciou cedo neste ano, por causa da antecipação da maturação do pinhão, mas a qualidade está boa.” A queda na oferta também chama a atenção dele. “Percebemos decréscimo na produção, principalmente nos últimos três anos.”
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