Diante da crise hídrica, a conscientização e a criação de alternativas sustentáveis, caso do sistema de captação e do aproveitamento da água da chuva, são observadas em residências, condomínios, prédios comerciais, entidades e escolas como formas de evitar o desperdício. É o que faz a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Santa Cruz do Sul, que desde a semana passada utiliza água captada por uma cisterna de uma propriedade no Bairro Várzea e também da chuva para as obras de revitalização em andamento na entidade.
A diretora Cisele Sehn Borba explicou que, ao tomar conhecimento de que precisaria de uma grande quantidade de água para lavar as paredes ao lado da Rua Carlos Trein e as grades no lado da Avenida Independência, pensou em suspender as obras até que a situação do abastecimento no município se restabelecesse, ou até que outra forma pudesse ser aplicada para suprir a demanda. “Fiquei preocupada, pois nós, como entidade, não poderíamos dar este mau exemplo para a sociedade e aos nossos alunos. Comentei que, se não tivesse como fazer de outra forma, a água potável não seria usada.”
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Diante da situação, o empreiteiro responsável pela obra ofereceu a água de uma cisterna existente na propriedade do cunhado, no Bairro Várzea. Uma bomba hidráulica foi locada para fazer a captação de cerca de 600 litros de água. Para evitar mal-entendidos, como o gasto desnecessário neste período de estiagem, a Corsan foi comunicada.
Com a retomada das chuvas nesta semana, como forma de contribuir com o meio ambiente, a Apae também adotou a prática de coleta de água pluvial. Desde segunda-feira, 11, cinco tonéis de 200 litros foram colocados embaixo dos canos que coletam água das calhas da entidade. Com a quantidade já acumulada, será possível concluir a obra, sem a necessidade de utilização de outra fonte. “Agora, vamos ter água suficiente para fazer a lavagem. A ideia é não abrir mais mão de utilizar a água da chuva para a limpeza e para outras práticas”, afirmou a diretora Cisele Sehn Borba.
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Indispensável
O reaproveitamento da água da chuva captada nas calhas é prática cada vez mais necessária na construção civil. Além de prevenir o esgotamento de recursos hídricos, serve também como forma de economia. Outro exemplo que pode ser usado na construção é a água da chuva para a cura do concreto, já que o processo demanda grande quantidade.
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Condomínio monta estrutura para a captação em cisternas
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Um exemplo de sustentabilidade pode ser percebido no Edifício Residencial Parque Eldorado, no Bairro Schulz, em Santa Cruz do Sul. No condomínio de oito blocos de apartamentos, além dos projetos de arborização, composteira e coletor ecológico, atualmente a horta comunitária está em processo de reconstrução. Outra estrutura existente no local são duas cisternas de 5 mil litros cada, que fazem o armazenamento da água da chuva, captada na calha existente no salão de festas.
O síndico, André Juliano Fischborn, explicou que um dos reservatórios foi adquirido logo após a construção do residencial, e o outro anos depois. “No início, havia apenas uma cisterna para irrigar a horta, mas depois mais uma foi adaptada para que a água da chuva pudesse ser utilizada de outras formas.” Além disso, a água é utilizada para limpar os blocos e as escadarias, e regar as plantas.
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Agora, com a pintura dos blocos, a água é empregada para lavagem das paredes com um lava-jato. Conforme Fischborn, a intenção de não utilizar a água da Corsan para estes fins foi tomada em conjunto com o subsíndico Leandro Machado e teve a aprovação dos moradores. “Quanto mais ideias reunirmos, mais soluções podemos ter e, assim, melhorar cada vez mais o próprio condomínio”, afirmou.
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*Colaborou a repórter Paola Severo.
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