A novela da pavimentação da ERS-403, entre Rio Pardo e Cachoeira do Sul, começa 2018 com os trabalhos completamente parados. O único vestígio de atividade é um rolo compressor estacionado próximo à Escola Estadual de Ensino Médio João Habekost, na localidade de Arroio das Pedras. No período de estiagem, a poeira que levanta se torna um perigo, pois limita a visibilidade.
O agricultor Geovani Eisen-hardt, de 59 anos, reside a 300 metros do final do trecho asfaltado, mas acompanha as dificuldades de quem encara quilômetros de chão batido. “Moro há 40 anos aqui e sempre foi essa lentidão para ajeitar a estrada. O asfalto também precisa de reparos, está cheio de buracos”, disse. O aposentado Paulo Lisboa, de 84 anos, foi motorista durante 40 anos no trecho entre Rio Pardo e Albardão. Ele espera ver a rodovia totalmente pavimentada. “Não é fácil, são décadas lutando por esse asfalto. Só renovam as promessas”, comentou.
Para o transporte de cargas, a situação é ainda mais complicada. A unidade da Cooperativa Tritícola de Espumoso (Cotriel) fica em Capão do Valo, com necessidade de trafegar por cerca de 25 quilômetros pela estrada até chegar ao trecho com asfalto em direção a Rio Pardo. O motorista Carlos André Selbach, de 38 anos, não costuma transitar na rodovia, mas sentiu a dificuldade ao fazer um carregamento de grãos pela ERS-403. “É bem ruim. Não é fácil para o caminhão. Colegas que viajam aqui com mais frequência já tinham me dito das condições precárias do trecho”, explicou.
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Com muitas promessas, recomeços e paralisações, a luta pelo asfaltamento da ERS-403 já dura mais de três décadas. A conclusão dos trabalhos é considerada uma das principais obras com potencial para impulsionar o desenvolvimento do Vale do Rio Pardo.
A primeira intervenção ocorreu em 1994, quando a obra foi dividida em dois lotes. Para garantir o asfalto, representantes de entidades e associações da região chegaram a compor em 2012 uma comissão de acompanhamento das obras da ERS-403 para fiscalizar o andamento da retomada dos trabalhos.
Volta ao trabalho
O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informou que os contratos com as empreiteiras Arcol e Conpasul seguem em vigência e a autarquia está mobilizando esforços e adotando todas as medidas possíveis para viabilizar o avanço da obra, tanto no lote 1 (entre Cachoeira do Sul e o entroncamento da ERS-410, em Bexiga) quanto no lote 2 (da ERS-410, em Bexiga, até Rio Pardo).Publicidade
A Câmara do Agronegócio, Comércio, Indústria e Serviços de Cachoeira do Sul (Cacisc) mantém a luta pelo asfaltamento. A entidade procurou o Daer e a Secretaria Estadual de Transportes para solicitar serviços de manutenção no trecho de Capão do Valo, o pior trajeto da rodovia, onde atoleiros se formam durante períodos chuvosos.
Situação
Lote 1 (Cachoeira do Sul e o entroncamento com a ERS-410, que liga Candelária à localidade de Bexiga): foram executados 17 quilômetros de obras pelo contrato anterior com a Brasília Guaíba e mais 1,8 quilômetro, em 2014 e 2015, pela Conpasul. Na última intervenção, a Conpasul executou 1,7 quilômetros de base imprimada e mais 700 metros de macadame (sub-base). Ainda faltam mais 16,6 quilômetros, onde precisam ser feitas obras complementares de terraplenagem e drenagem, mais a estrutura de pavimentação.
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Lote 2 (entroncamento com a ERS-410 e Rio Pardo): foram executados 18,35 quilômetros dos 24,37 quilômetros mediante contrato com a Empa. A Arcol fez trabalhos de terraplenagem, mas encontra dificuldades para seguir com a obra.
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