Diariamente a Gazeta do Sul recebe, por meio dos diversos canais de contato com a comunidade, muitas críticas de usuários da RSC-287 acerca das obras em andamento na rodovia e os consequentes transtornos trazidos por elas. A reportagem percorreu o trecho entre Santa Cruz do Sul e Candelária na tarde dessa sexta-feira para verificar a situação e também ouvir os motoristas. Durante o deslocamento foi possível identificar uma série de problemas, como a imprudência dos motoristas e o perigo ao qual estão expostos os trabalhadores.
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A distância de 35 quilômetros entre o trevo do Gaúcho Diesel, em Santa Cruz do Sul, e o acesso principal a Candelária, pelo Pórtico dos Dinossauros, costumava demorar pouco mais de meia hora em condições normais. No entanto, na altura do viaduto da RSC-153, em Vera Cruz, o trânsito já estava parado em função do pare e siga. A demora para a liberação do tráfego foi de cerca de 20 minutos e, como a fila não estava muito extensa, logo foi possível dirigir na velocidade máxima permitida no trecho em obras, 60 quilômetros por hora.
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Todas essas mudanças resultaram em cerca de meia hora a mais no tempo normal dessa viagem. Durante o retorno, algumas paradas para registros fotográficos e também para ouvir os motoristas parados.
O caminhoneiro Ronei Cesário, de 57 anos, transita quase diariamente pela RSC-287 transportando madeiras de Pantano Grande para a Fronteira Oeste. “Hoje até que está bom, vamos conseguir passar na primeira abertura do pare e siga, mas tem dias que é mais de uma hora e meia esperando”, contou.
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Ele relatou que em certa ocasião chegou a esperar duas horas e meia. “A gente acaba se enrolando, perde o horário. Às vezes deixa de dormir porque fica preso aqui.” Também caminhoneiro, Gilson Rossatto, de Nova Palma, trafega pela RSC-287 há mais de 25 anos e reconhece as dificuldades, mas lembra que elas são necessárias para conquistar as melhorias. “O trabalho está sendo bem feito. Antes só recapeavam e logo estava esburacado de novo, agora estão trocando desde a base. Vai ficar bom”, afirma.
Rossatto diz que não há alternativa senão ter paciência e sair em viagem mais cedo para não se atrasar. “Se o povo quer asfalto bom e duplicação, tem que se acostumar com essas coisas. Mas vai valer a pena, vai ficar bom.”
Durante o deslocamento a pé pelo acostamento da rodovia, a Gazeta do Sul conversou com alguns trabalhadores da empresa responsável pelo controle do fluxo. Eles pediram para não serem identificados e revelaram diversas situações perigosas enfrentadas nas últimas semanas, a maioria delas resultado da imprudência e impaciência dos condutores. “Alguns trafegam pelo acostamento e até jogam os carros para cima da gente”, disse um deles. Outro operador afirmou que um motorista chegou a descer do carro armado com um facão e ameaçou a equipe, exigindo a liberação imediata do trânsito.
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Além de tudo isso, a reportagem flagrou veículos acessando a pista em alta velocidade a partir do acostamento ou dos acessos a residências e localidades do entorno. Já outros não respeitam os espaços demarcados e até mesmo trafegam na contramão para não aguardar a troca do sentido.
As interrupções na RSC-287 já são de conhecimento da comunidade regional. No entanto, a extensão das filas e o tempo de espera variam conforme a movimentação de veículos na rodovia. Com isso, tem se tornado complicado para os viajantes prever quanto tempo o deslocamento vai requerer, e os atrasos se tornaram recorrentes.
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A estudante Jaqueline Emmel vai de Vale do Sol a Santa Cruz do Sul mais de uma vez na semana para assistir às aulas presenciais e relata que, por vezes, o ônibus das 17h50 chega em Santa Cruz depois das 20h30, de modo que não é possível acompanhar o conteúdo do curso.
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A Viação União Santa Cruz confirmou que tem recebido reclamações dos passageiros sobre os transtornos das obras. A empresa diz entender a importância das intervenções para a melhoria da rodovia, mas acredita que um sistema de pare e siga com trechos mais curtos e esperas menores poderia contribuir para um melhor fluxo do trânsito.
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Já o diretor regional do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs) e também proprietário da LKC Transportes, Alaor Canêz, diz que a frota da empresa tem dado preferência a outras rotas quando possível. No entanto, assim como o caminhoneiro Gilson, Canêz afirma compreender o cenário atual. “É o preço que nós vamos pagar para ter uma estrada boa. Lutamos muito e sabíamos que em algum momento teríamos que passar por isso, não tem volta.”
A Rota de Santa Maria esclarece que o tempo para a troca do pare ao siga pode variar de dez a 15 minutos. Porém, se o número de veículos na fila for muito grande, é possível que nem todos os motoristas consigam passar na primeira vez e precisem esperar outra vez. Há também exceções, como a passagem das máquinas na pista, quando o fluxo fica totalmente interrompido dos dois lados. O sistema funciona 24 horas por dia entre os quilômetros 117 e 119, em Vera Cruz, e a previsão é de que permaneça assim até o fim da próxima semana.
A concessionária reforça o pedido de atenção nos trechos em obras e ressalta a importância das intervenções profundas para recuperação do pavimento, cujo objetivo é proporcionar mais durabilidade e segurança a todos.
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