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Obra do destino: amigas de infância dividem experiências da maternidade

O período de um ano, ou 382 dias – para ser mais preciso –, divide as duas vezes em que Carine Santos e Dionize Vanessa Conrad estiveram com a reportagem da Gazeta do Sul. Desta vez, no entanto, o momento foi ainda mais marcante.

Melhores amigas desde a infância, as duas deram à luz com poucas semanas de diferença, em 2022, sem planejamento algum – como foi mostrado na publicação do ano passado no jornal e Portal Gaz. A questão é que elas não formam uma dupla, sempre foram um trio, completo com a presença de Vânia Luiza de Oliveira. Quis o destino que as três pudessem, por fim, viver juntas a maternidade. E essa tem sido a experiência mais incrível e desafiadora de suas vidas.

RELEMBRE: Melhores amigas se tornam mães ao mesmo tempo e dividem experiências

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Quem é quem

É preciso seguir o raciocínio para entender quem é quem nesta amizade que se multiplica. O primeiro bebê a nascer foi João Henrique Santos Siqueira, no dia 30 de maio de 2022. Ele é filho de Carine Santos, fisioterapeuta de 30 anos, e de Lucas Siqueira, de 26, marceneiro.

Cinquenta e um dias depois, Mariana Conrad Müller nasceu, no dia 20 de julho do mesmo ano. Os papais: Dionize Vanessa Conrad, de 29 anos, psicóloga, e o empresário Rodrigo Müller, de 32.

Um tempo passou, e eis que a terceira gravidez foi descoberta e muito celebrada. O pequeno Benjamin Goettert chegou ao mundo no dia 15 de junho deste ano. Vânia Luiza de Oliveira, comerciante de 30 anos, e Gabriel Goettert, 28, corretor de imóveis, completaram o grupo de papais orgulhosos.

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Carine é mãe de João Henrique
Dionize deu à luz Mariana pouco depois
Neste ano, Vânia completou o trio com Benjamin

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Parceria em todos os momentos

Cada teste de gravidez positivo foi motivo de comemoração para as três. As notícias, cada uma a seu tempo, vieram recheadas de expectativa pelo futuro que hoje vivem: uma maternidade cheia de acolhimento e parceria. O grupo de WhatsApp do trio, é claro, tem este como tema recorrente. “Cada uma conta a própria experiência, mas o que é interessante é que cada uma é diferente”, disse Dionize. “É mais o acolhimento”, completou Carine, citando o quanto se apoiam nos mais diversos momentos.

A opinião é corroborada por Vânia: “Foi fundamental, no puerpério, poder desabafar com elas. A gente se sente sozinha. Estamos nos conhecendo, tanto como mãe quanto conhecendo o bebê”, ressaltou. “Tu te perde, é muito árduo, mas tu sabe que um dia tu vai te reencontrar como mulher.”

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A ajuda das amigas, que passaram há pouco tempo por experiências tão parecidas, vem em forma de calmaria na tempestade. “É bem importante viver isso juntas”, comentou a comerciante. “E é legal também”, disse a fisioterapeuta, sorrindo enquanto observava as crianças brincarem.

Desde os tempos de escola

É quase impossível saber quando essa amizade começou – até porque seria preciso voltar quase 30 anos no tempo. Em agosto do ano passado, quando a história de Carine e Dionize foi apresentada pela primeira vez, a reportagem mostrou que elas não lembravam da vida uma sem a outra, tendo se tornado inseparáveis desde a mais tenra idade. Vânia, por outro lado, chegou um pouquinho depois – e de uma forma completamente inusitada.

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Elas próprias confundem o período em que tudo se encaixou, entre a 3a ou 4a série. A situação era a seguinte: Carine era amiga de Dionize; Dionize era amiga de Vânia; mas Carine e Vânia não suportavam a presença uma da outra. Por algum motivo que nem lembram mais, as duas viravam a cara ao se cruzarem nos corredores da escola. Até que precisaram sentar lado a lado em uma aula. Um lápis emprestado, algumas conversas e um tempo depois, o trio estava formado. Mal sabiam elas que dividiriam tantas histórias, paixões, sonhos e vivências dali para a frente.

Amizade se formou na época da escola | Foto: Arquivo Pessoal

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Desafios e superações fazem parte da rotina

As mamães mais experientes do trio são taxativas: “Cada fase [do bebê] tem os seus desafios”. Os enfrentados por Vânia têm sido, justamente, os primeiros meses da maternidade. Carine e Dionize estavam grávidas ainda em período de pandemia, por isso foram afastadas das atividades profissionais presenciais. Esse foi um processo de “solidão” ainda na gravidez, muito difícil.

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Vânia, por outro lado, está precisando se acostumar à mudança na rotina agora, na licença-maternidade. “A Vânia trabalhou até o último dia”, ressaltou Carine. “E o puerpério é complicado”, complementou a comerciante. “A gestação foi um período de luto de quem eu era”, refletiu Vanessa.

A amizade entre elas e a parceria dos maridos e famílias, no entanto, faz com que as três consigam viver a maternidade de forma mais leve. E é esse propósito que levam em relação à amamentação, cuja importância é ressaltada durante o Agosto Dourado, mês de conscientização sobre o aleitamento materno. Também nesse assunto as três vivem experiências diferentes e desafiadoras.

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Enquanto Mariana ainda mama no peito, com 1 aninho recém-comemorado, João Henrique parou de mamar aos 10 meses. “Ainda é desafiador e ainda é cansativo, mas é muito bom”, relatou Dionize, amamentando a pequena durante a entrevista.

“No meu caso, ele largou por conta própria. Foi natural. Nas últimas noites, mamava só de madrugada. E eu ficava pensando que logo seria a última vez”, disse Carine. “Senti um vazio tão grande”, completou, emocionada. Hoje, passam pelo processo de introdução alimentar, também desafiador por envolver algo totalmente novo para o bebê. “Aprendi a ter paciência”, citou Vanessa.

A experiência das amigas serve de inspiração para Vânia, que vive os primeiros meses do pequeno Benjamin. “Acho cansativo [amamentar], é uma entrega e exige muita paciência. Confesso que agora que eu estou curtindo mais, antes até ficava culpada por isso, mas não é fácil”, comentou. “Antes de ser mãe eu só achava que sabia o que era cansaço”, brincou, recebendo olhares de compreensão e concordância das amigas.

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Testemunho

Como as três costumam dizer, tornaram-se uma família do coração. Todas são madrinhas dos filhos umas das outras e desejam que os pequenos possam também formar uma amizade tão duradoura quanto a que compartilham. Afinal, elas sempre estiveram presentes em momentos importantes, de lágrimas e sorrisos, de conquistas e desafios, amparando e acolhendo.

Foto: Arquivo Pessoal

Um desses momentos, registrado em foto, foi da celebração da comunhão de Carine (acima). Na imagem, elas deveriam ter cerca de 12 anos. Não é preciso um olhar atento, no entanto, para perceber uma “intrusa” no trio. Pois aquela menina é a jornalista autora desta reportagem.

Eu sou sobrinha e afilhada da Carine (e também sou madrinha do João Henrique). Resolvi compartilhar esse aspecto, porque acompanho a amizade das três desde sempre – principalmente incomodando, naquela fase ali da foto mesmo, para participar do grupinho delas.

Sempre admirei a ligação das três e a forma como elas são inseparáveis. Cada uma com uma personalidade e vivências diferentes, mas que, por fim, se completam. Um trio que agora é um sexteto – se juntar os papais, já não tem nem nome para tanta gente! Que essa amizade siga sendo sinônimo de leveza e amor.

Foto: Rafaelly Machado

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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