Na semana passada, recordamos o desafio do intendente Gaspar Bartholomay para construir a estrada velha entre Santa Cruz do Sul e Vila Tereza (hoje Vera Cruz). A obra começou em 1920. As pedras e terra eram transportadas de carroça e espalhadas com pás, enxadas e arados.
Em 1921, com trilhos e vagonetes cedidos pela Viação Férrea, foi improvisada uma estrada de ferro e o serviço ganhou ritmo. Mesmo assim, ao deixar o governo em 1925, Bartholomay não havia terminado a obra.
Em 1930, Flores da Cunha (interventor do Estado) resolveu auxiliar e mandou a Santa Cruz o Batalhão Provisório. No grupo, havia muitos prisioneiros, que realizavam trabalhos pesados em troca da redução das suas penas.
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Os Provisórios de Flores da Cunha foram instalados em terrenos da Prefeitura no antigo Camboim, mas ficaram pouco tempo. Em outubro, quando Getúlio Vargas iniciou sua caminhada em direção ao Palácio do Catete (Revolução de 30), eles seguiram o líder gaúcho.
A cada chuva, os problemas apareciam. A grande enchente de 1941 (abril e maio) interrompeu a estrada por vários dias. Para atravessar a várzea do Rio Pardinho, só de barco. Em 1943, o Daer decidiu assumir os serviços e instalou uma capatazia no Camboim. Aí o aterro ficou pronto.
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Dez anos depois, em 17 de março de 1953, a Gazeta informou que o Daer iria asfaltar a estrada (ERS-409). A obra foi demorada, pois as pontes e trechos do aterro precisaram de reforços.
A capatazia asfaltava 110 metros por dia, em três dias da semana. Nos outros dois, ocorria o preparo da cancha. O asfalto foi concluído no final de 1954. A estrada, de nove quilômetros, era estreita e as pontes só davam passagem para um veículo de cada vez.
Pesquisa: Arquivo da Gazeta do Sul
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