No contexto das comemorações alusivas aos 200 anos da imigração alemã no Brasil, que transcorrem em 2024, mais uma família largamente presente em Santa Cruz do Sul e na região tem a base de sua genealogia fixada. O santa-cruzense Aldino Bernardo Dick, 77 anos, acaba de lançar o livro Um sonho transformado em realização: três ramos da família Dick no Brasil, pelo selo da Z Multi Editora.
Com 336 páginas, a obra tem apoio do grupo GenealogiaRS e pode ser adquirida a R$ 70,00, pela internet. Exemplares também podem ser obtidos com o autor, pelo telefone WhatsApp (51) 9 8191 1643, acrescendo R$ 20,00 ao valor a título de taxa de remessa postal. E o volume ainda pode ser encomendado junto à Livraria e Cafeteria Iluminura, em Santa Cruz.
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Por sinal, seu Aldino já fez lançamento em sua terra natal, tanto com sessão de autógrafos na Iluminura, em meados de novembro, quanto com atividade em Linha Nova. Os três ramos que ele refere no subtítulo são os de Jacob Dick, vindo de Nack, região de Alzey, na Alemanha, para Campo Bom; Johann Philipp Dick, vindo de Bedesbach, na região de Altenglan, para Lomba Grande, em Novo Hamburgo; e Lorenz Dick, oriundo de Briedel, na região de Zell (Mosel), e se estabelecendo em Santa Cruz. Lorenz é que é seu antepassado direto, sendo seu bisavô, que veio ao Brasil em 1854, solteiro, na companhia de duas irmãs também solteiras.
Aldino refere que passou a se dedicar à pesquisa da árvore genealógica da família após sua aposentadoria, em 2016. Ele e sua esposa, Eli Maria Paloschi, ela de Campos Novos (SC), estão radicados em Porto Alegre. O casal tem três filhos: Patrícia, morando em Londres; Felipe, em Porto Alegre; e Leandro, em Brasília, onde os três nasceram, durante a temporada de dez anos em que Aldino e Eli moraram na capital federal, com ele atuando profissionalmente na extinta Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU).
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A determinação de levantar as informações genealógicas foi para informar-se sobre os dois braços da família. Ele é filho de João Dick e Josefa Paulina Rabuske, ambos falecidos. Do lado Rabuske, boa parte do conteúdo estava levantada. Aldino é o penúltimo de oito irmãos e cresceu na Travessa Dona Leopoldina, quando esta era conhecida como “Holzpick”, onde ainda reside o irmão mais novo, Huberto.
A trajetória como economista
Seu Aldino Dick, nascido em 1946, cresceu na Travessa Dona Leopoldina na companhia dos pais, João e Josefa, e dos sete irmãos. Depois de estudar na escola Dona Leopoldina, próximo de casa, aos 12 anos transferiu-se para o internato jesuíta Santo Inácio, em Salvador do Sul, e lá ficou até os 19 anos. Após, permaneceu por dois anos em Santa Cruz, para então seguir a Porto Alegre, onde ficou entre 1967 e 1979, atuando, entre outros ambientes, junto ao Badesul.
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Formado em Economia pela PUCRS e com pós na área pela Fundação Getúlio Vargas, em 1979 foi cedido pelo banco para atuar em Brasília, fixando-se ao lado da esposa, Eli Maria, na capital federal por uma década. Nesse período nasceram os três filhos do casal. O mais novo, Leandro, continua em Brasília. No desempenho de suas funções na EBTU, lembra de importantes investimentos no Rio Grande do Sul, como a implantação do Trensurb, na região metropolitana, e a construção dos corredores de ônibus em Porto Alegre.
Quando o governo Sarney extinguiu a EBTU, já na redemocratização nacional, Aldino retornou ao Rio Grande do Sul e se estabeleceu em Porto Alegre. E até 2016 ainda se manteve vinculado ao Badesul.
Foi após a aposentadoria que, por sugestão de seu irmão Ilário Dick, padre jesuíta, já falecido, empenhou-se em recuperar informações genealógicas da família.
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Além das pesquisas em Porto Alegre, viajou para diversas regiões gaúchas e catarinenses, consultando arquivos de igrejas católicas e evangélicas luteranas, bem como outros acervos. Manuseou livros de registros de batismos, nascimentos e casamentos nas igrejas e também conversou com descendentes, tanto em visitas presenciais quanto em contatos por telefone, e-mail e WhatsApp, além de ter conferido sites sobre genealogia.
“O sentimento que predominou foi a empatia por um objetivo desafiador, de colaboração espontânea e a disposição para superar dificuldades para alcançar o resultado almejado, ou seja, a criação da árvore genealógica”, salienta Dick.
Mergulho na história
Além das informações genealógicas, o livro traz um pouco da história da imigração, incluindo a situação econômica e social dos intermediários na Alemanha e do Estado brasileiro, relatos e regras da viagem feita da Europa ao Brasil, a chegada e as impressões sobre o novo país.
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Há também capítulo que aborda as profissões e a religião dos imigrantes. Na sequência, a obra apresenta dados sobre os três ramos da família Dick: aspectos curiosos, lembranças da infância, a rotina, desafios e oportunidades, a vida comunitária, o sustento, a educação, as terras e aventuras, e a influência das famílias nas localidades escolhidas para viver no Vale do Sinos, em Taquari e em Santa Catarina.
Seu Aldino refere que nem sempre arquivos disponíveis asseguram informações que permitem levantar dados efetivos sobre descendentes, ou mesmo sobre seu paradeiro. Entende que o livro é um primeiro movimento e provavelmente, a partir dele, novos dados chegarão para torná-lo gradativamente mais completo em alguma futura edição.
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