Uma obra que visa proporcionar melhorias para a comunidade santa-cruzense tem causado transtornos aos moradores da Travessa Professor Antônio Balthazar Englert, no Bairro Bom Jesus. O motivo é o fluxo de caminhões que trabalham na nova estação de tratamento da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).
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Como o movimento de veículos pesados é intenso, além da poeira, outro problema são os buracos. As queixas aumentaram nos últimos dias e a estatal pediu paciência, pois os trabalhos são necessários.
Enquanto isso, famílias como a da aposentada Ilga Limberg Krug, de 79 anos, dizem conviver diariamente com transtornos. Ela conta que, em dias secos, a quantidade de pó chega a beirar o insuportável. A moradora tem evitado abrir as portas e janelas. “Se eu limpo a casa de manhã, de tarde já preciso limpar de novo. Nunca tinha visto algo assim”, conta ela, que vive há mais de 30 anos no local. A nora de Ilga, Rosane Krug, diz não conseguir mais lavar a roupa em casa pois não pode usar o varal.
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Os desníveis são outro motivo de reclamações. Em alguns imóveis, o acesso às garagens ficou impossível. É o caso do aposentado Rui Paulo Schefer, que precisa deixar o carro do lado de fora da casa, pois o terreno irregular dificulta a passagem. “Meu carro fica pegando pó estacionado fora da garagem”, reclamou o aposentado.
Quando chove, também há problemas. No último dia 28, por exemplo, a água desceu e invadiu imóveis. Um dos que sofreram transtornos foi Roque Krug, de 55 anos. Ele tem uma serralheria bem perto da área de onde saem os caminhões. O estabelecimento acabou inundado.
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“Eu tive problemas, meus vizinhos tiveram problemas. Dá aquele pancadão de chuva, você tem que pegar uma enxada e ficar tirando a lama para fazer a água passar. É um desleixo que a população não merece. É um trecho curto, mas a gente sofre”, queixou-se.
O terreno da obra da nova Estação de Tratamento de Água da Corsan tem duas saídas: uma ao final da Travessa Professor Antônio Balthazar Englert e outra pela Rua Bruno Agnes, que foi onde os trabalhos começaram.
Segundo o gerente da unidade da Corsan em Santa Cruz, Bruno Barreto, a passagem com os caminhões carregados pela saída da Bruno Agnes se tornou perigosa. Para chegar até o portão, os veículos precisam passar por uma subida muito íngreme, que coloca os trabalhadores em risco, e há pouco o que fazer para amenizar a situação dos moradores das proximidades.
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“Saindo pela Bruno Agnes, os caminhões teriam que subir todo o trajeto, e isso eles não conseguiam, estavam patinando. O talude estava começando a ceder. Essas questões foram analisadas, a única maneira é essa”, aponta.
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Barreto ressalta que a Corsan executa reparos diários na rua por onde saem os caminhões carregados. A companhia também confecciona um relatório de danos para fazer os reparos em locais danificados.
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Segundo o presidente da associação dos moradores do Bairro Bom Jesus, Clairton Ferreira, a populacão quer o fechamento da passagem pela Travessa, e que os caminhões passem apenas pela saída da Rua Bruno Agnes, que é asfaltada. “A melhor atitude que poderiam tomar é fechar esse acesso, que até então não existia. Os caminhões entravam e saíam pela Bruno Agnes. Depois dessa abertura, começou a descer esse lamaçal com a chuva, e está entrando nas casas. É poeira, é gente não podendo entrar em casa. Em breve vai chover novamente, queríamos uma solução rápida”, disse. Ele contou que órgãos públicos foram procurados, mas até agora não foram adotadas medidas para evitar que a situação se repita.
A obra é de grande importância para Santa Cruz do Sul. A ETA terá capacidade para tratar até 800 litros de água por segundo. Foi orçada no valor de R$ 39 milhões, o maior investimento da Corsan no município.
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