A operação de financiamento realizada pelo empresário santa-cruzense Ivan Keller junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ganhou repercussão na mídia nacional. Por intermédio da agência de fomento ligada ao governo Estado, Badesul, ele conseguiu aporte de R$ 130 mil, com juros de 5,45%, para custear o ensino de esportes na Escola de Tiro Keller.
Ele conta que viabilizou o suporte, por meio de uma linha do Badesul criada para apoiar as empresas na manutenção das suas atividades, durante a pandemia. Isso foi em 2021.
Agora, o empreendedor, que é major da reserva da Brigada Militar, estaria preparando o ingresso no comércio varejista de armas e munições, com a abertura de uma loja, ainda sem data de abertura. Para isso, teria feito atualização na documentação da empresa, incluindo “comércio varejista de armas e munições”, entre as atividades econômicas.
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O inconveniente da situação, aponta matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, é que está dentro do prazo de vigência do contrato e, caso o novo ramo constasse no momento da solicitação do empréstimo, a liberação do recurso seria indeferida, porque o banco público não pode financiar esse tipo de negócio. “Eles fizeram a reportagem com fim político, pois nem se deram ao trabalho de verificar a legalidade da situação. Esclareço que eu sou uma pessoa que não posso agir fora da legalidade. À época do empréstimo, não havia atividade que impedisse o financiamento”, afirma Keller.
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O jornal O Estado de S. Paulo contatou o BNDES, que adiantou ter aberto investigação sobre o empréstimo. O Badesul também irá apurar o caso. À imprensa paulista, a agência de fomento gaúcha teria destacado que, devido à data em que houve alteração na lista de atividades, a situação ainda não havia sido identificada e, diante do caso, comunicou ao BNDES a decisão de que seja feita a liquidação antecipada da operação.
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Dessa forma, a empresa de Keller deveria quitar o financiamento, não tendo direito ao prazo de 30 meses, que foi definido no contrato inicial. O empreendedor contesta essa informação e diz que contatou a agência de fomento. “Eu entrei em contato com a agência, eles me relataram que o financiamento foi realizado dentro da legalidade”, ressalta.
Ao Estadão, o major Keller disse que o financiamento foi feito para o pagamento dos salários dos 14 funcionários da casa, diante de dificuldades econômicas decorrentes dos efeitos da pandemia. A abertura da loja não estaria, portanto, condicionada aos recursos obtidos com as instituições públicas. Também negou que houve, com isso, estruturação para que tivesse os R$ 60 mil necessários para o investimento no comércio.
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Clubes de tiro
O Brasil tem, atualmente, 2 mil clubes de tiro registrados. Os Cacs (colecionadores de armas, atiradores e caçadores) estariam articulando a formação de uma bancada da arma no Congresso, a partir de 2023.
O empresário e major da reserva Ivan Keller é, desde 2018, presidente da Federação Gaúcha de Tiro Prático (FGTP).
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