Embora esteja há 24 anos no meio impresso, já me aventurei no dial. Lá em Cachoeira do Sul, atuei como folguista na Rádio Cachoeira (a escola do rádio). Sempre depois das jornadas esportivas, em que eram transmitidos os jogos da dupla Ca-Zé (hoje os extintos Cachoeira e São José), eu apresentava um programa sertanejo. Certamente foi um momento que poucos sabiam, mas que agora se torna público (hehehe). Só que tudo mudou como da água para o vinho. Em 2020, recebi o convite do amigo/colega Rodrigo Sperb para fazer parte do “Broco Blazuka”, dentro do Voo Livre, que vai ao ar todas as sextas-feiras, das 22 horas à meia-noite, nas ondas da 99,7 FM.
E o ano de 2023 será muito especial para nós. Afinal de contas, o programa completará cinco anos em uma data bem sugestiva: 13 de julho, Dia Mundial do Rock. Um gênero que costuma reunir várias gerações. A cada semana, a busca pelas músicas que serão rodadas é uma volta ao passado. No caso do cenário gaúcho, quem não lembra de bandas clássicas como TNT, Os Cascavelletes, Bandaliera, Taranatiriça, Garotos da Rua, Graforréia Xilarmônica, Engenheiros do Hawaii e por aí vai. Ou, no âmbito nacional, muitos dançam ou já dançaram ao som de Plebe Rude, Titãs, Barão Vermelho, Camisa de Vênus, Ira!, Os Paralamas do Sucesso e tantas outras.
A colaboração de amigos ouvintes, porque é assim que os chamamos, pedindo músicas, reforça a importância do rock, muito presente em nossas vidas, independente da idade. Falei de sons na língua portuguesa, mas a parte internacional também nos remete aos velhos e bons tempos em que as pistas se enchiam de alegria, cantando bem alto The Cure, Talking Heads, Depeche Mode, The Beatles ou The Rolling Stones. Sem falar em lendas como Led Zeppelin, Black Sabbath, Pink Floyd, The Who, Deep Purple e Nazareth. A lista é grande e, ao mesmo tempo, nostálgica.
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O desafio de manter a chama viva do rock (e suas vertentes) passa pelo rádio de pilha (quem viveu aquele período sabe bem como era) ou, nos tempos modernos e tecnológicos atuais, a partir do surgimento de aplicativos. O mundo se transformou e a comunicação também. Músicos de fora de Santa Cruz do Sul ficam surpresos ao saber que existe um programa que não esteja apenas na web dedicado ao baixo, à guitarra, à bateria e aos demais instrumentos que se perpetuam em nossos ouvidos.
Para desenvolver o trabalho de pesquisa, as redes sociais viraram facilitadoras. No Brasil, inúmeras bandas, especialmente independentes, nos procuram para divulgar o seu trabalho. Isso é muito bacana, porque se consolida uma parceria. Quando costumam anunciar um single ou um álbum novo, o contato é imediato. Mais do que trazer o som, o objetivo é que se sintam em “casa” e voltem para anunciar novidades. Nesses quase cinco anos de Voo Livre, que já foi apresentado por João Fernando Vighi na década de 80, o saudosismo vira a mola propulsora. Digo isso porque os grandes momentos existiram um pouco mais para trás do calendário.
Porém, a necessidade de fazer o rock rolar motiva as bandas a se reinventarem, gravando versões acústicas e até mesmo saindo um pouco daquela pegada mais forte na sonoridade. Só que a essência permanece. A missão é fazer com o que o rock fale mais alto nas noites de sexta, reforçando o slogan do programa. Mas não apenas nesse dia. Preservar o saudosismo não é uma tarefa fácil, mas quem sempre gostou não deixará de ouvir. As plataformas digitais também ampliaram o leque de opções e, em nosso caso, são importantes na hora em que se procura novas bandas do gênero.
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Seguimos em frente. Quando falei em reunir gerações, isso inclui pais com filhos usando camiseta de rock ou indo a shows. É a maneira mais prática de não deixar cair no esquecimento. Juro que vou procurar fazer isso, mesmo que a tarefa não seja tão fácil assim quanto se imagina. Que o diga minha filha Gabriela, de 5 anos, adepta do Tik Tok (risos). São os novos tempos, as diferentes formas de escutar música (acompanhada de imagens). Diante de tudo isso, uma coisa é certa: “O rock não morreu, foi ao salão de beleza”, já dizia Marcelo Nova.
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