Estar bem informado, ter a possibilidade de saber e de conhecer a realidade social são requisitos para agir de forma justa, correta e positiva no mundo que nos cerca. A sabedoria só pode florescer onde houver conhecimento, que é informação, jamais desinformação.
No entanto, em diversos ambientes têm sido recorrentes comentários na linha de que os veículos de comunicação “estão soterrando a gente com notícias negativas ou com conteúdos que promovem o medo”. Como se os veículos de comunicação fossem os responsáveis pelo fato, pelo acontecimento, e não tão somente os que o “comunicam”. Os fatos, com suas motivações, seus responsáveis, ou autores, são a realidade que nos cerca, e não é raro que alguns responsáveis, ou autores, mais quando se trata de agentes públicos, queiram justamente que não se evidencie sua implicação neles.
Ao mesmo tempo, a uma pessoa ou a uma sociedade, reclamar ou se inquietar pelo suposto “excesso de informação”, ou colocar em dúvida ou desfazer a informação ou o fato, como forma de se esquivar da responsabilidade ou de quanto está implicado ali, é outra forma de transferir o ônus. Seria como se um estudante, em qualquer nível de ensino, reclamasse que não consegue acompanhar os estudos porque o professor, ou o educandário, apresenta conteúdo e informação demais. E, no final das contas, vai sempre apresentar o que TEM de ser apresentado, não o que o estudante gostaria que apresentasse. No ambiente das nações, seria a opção, terrível, por não saber, não conhecer, preferindo esquivar-se de aprender, entender. Só que um povo, uma sociedade, jamais pode ignorar o fato de que há enorme irresponsabilidade individual e coletiva em abrir mão de saber. Todos juntos (a começar pelo indivíduo em si) pagam o preço pelo esforço não feito em nome do saber, do conhecimento e da informação.
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Para todos os que “argumentam” que há um “excesso” de informação, ou daqueles que “duvidam” da veracidade do que é informado, a ação é simples. Um jornal jamais atrapalha; pode ser lido na hora, no lugar e pelo tempo que cada pessoa decidir. Do mesmo modo, o rádio, a TV ou um portal de notícias tradicional estão disponíveis. Todos eles não se impõem, não forçam a presença; eles se “dispõem”, cumprem seu papel e sua missão, e inclusive podem e devem ser consultados juntos, em diferentes momentos, como maneira de o usuário discernir pontos de vista ou discrepâncias. A suposta “saturação”, em grande medida, é sempre decisão individual.
Agora, se alguém confunde veículos de comunicação com ferramentas de interação, como grupos de WhatsApp ou redes sociais, esse já é outro assunto, e enorme equívoco. Quem, por receber, dia e noite, conteúdo duvidoso ou falso por WhatsApp ou Facebook, entende que está “saturado”, daí talvez esteja coberto de razão. Mas isso não é informação. Isso é deformação. Quando políticos ou governantes, por exemplo, enviam mensagens, vão “informar” ou sugerir o que lhes convém, e isso é o oposto de comunicação.
Estar bem informado e saber separar o confiável do desconfiável ajuda inclusive nessa hora: de selecionar, de forma saudável, a que dedicar mais tempo ou atenção. Um bom final de semana para todos!
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