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O valor do berço

Definitivamente me convenci: o que falta ao Brasil e a muitos países é o berço.

O que se entende por ter berço ?

Vou dar um exemplo muito lindo. Pelo torneio de tênis Roland Garros, uma menina de 19 anos, sem sucesso importante anterior, foi à luta. Seu pai era seu apoiador. Por incrível que pareça foi galgando as fases e, incrivelmente, chegou à final. Uma menina simples, 19 anos, polonesa. Fez o jogo concentrada, humilde, toda de branco, shorts até o joelho, sem histerias, sem gritos, sem reclamações. Após vencer o “match point”, ao invés de cenas eufóricas normais, correu ao encontro da árbitra da partida e lhe pediu permissão para sair da quadra e abraçar seus pais. Pediu permissão, notem bem.

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Berço é a criança ter tido conversa e muito contato com seus pais. De pais (de qualquer gênero) que amam seus filhos e querem para eles uma vida boa e correta.

Ser pai não é só ser provedor de alimentos, de escolaridade, de presentes. Ser pai é conversar, explicar, esclarecer e não deixar as ruas direcionarem suas verdades e valores. 

No recôndito do lar há que ensinar o que é correto e o que deve ser evitado.

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Como disse a canção: “e a vergonha é a herança maior que papai me deixou”.

As pessoas deveriam chegar à idade adulta dando bons exemplos e se comportando adequadamente.

Eu sempre cito o exemplo que nos dão os peões campeiros. Deles nunca vais ouvir um palavrão, salvo raras exceções. Eles são cuidadosos e respeitosos com suas esposas. Não saem gritando ante qualquer problema. Esse é o campeiro de verdade e não o das canções de duvidoso gosto.

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Parcimônia, elegância, cuidado com as palavras deveria ser o paradigma de qualquer pessoa.

Daí que um homem público não pode se dar ao desplante de disparar palavrões, mormente quando todo o país o escuta e vê. 

Um presidente da república não tem o direito de se imiscuir em assuntos criminais da alçada do Ministério Público.

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Votei no nosso atual presidente. Não via outra opção.

Mas, infelizmente, lhe faltava reprimir seus ímpetos de terra arrasada. Faltava-lhe humildade para ouvir seus técnicos antes de proceder como um elefante em loja de porcelanas.

Como volto a repetir, “si tacuisses, philosophus mansisses”. Se falasses menos, ou seja, se te calasses, passarias por filósofo.

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É o que agora Bolsonaro está ensaiando, eis que quer as benesses do centrão. Já foi ao encontro do ministro Fux, numa entrada pela garagem. De certo combinando um modo de resolver o “imbróglio” com o copiador de textos candidato a ministro. Oh, céus!

Tudo como antes no quartel de Abrantes…

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