O acirramento das relações pessoais e a discórdia social que estamos vivenciando e colhendo são frutos semeados e plantados sob a retórica do messianismo, da demagogia e da manipulação.
Era previsível. Afinal, a história é farta em ensinamentos. Nessas circunstâncias, rotineiramente demonstra como tudo começa, como se desenvolve e como terminará.
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Faz alguns meses, eu dizia: “Mais algum tempo e mais alguns fatos da mesma natureza, e estaremos todos nos perguntando: quando tudo isso começou realmente?” E, no mesmo parágrafo, concluía: “…tudo indica que vivenciaremos um deprimente, populista e despolitizante processo eleitoral.”
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O processo eleitoral tem demonstrado e confirmado denúncias, intrigas e difamações pessoais produzidas em escala industrial, cínica e eufemisticamente chamadas de “desconstrução do adversário”. Não à toa, o empobrecimento dos debates, das ideias e o desgaste das relações institucionais têm-se revelado expressivos e lastimáveis.
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Apegados a uma visão política e ideológica no sentido de que o Brasil necessita de um “estado forte” para poder fazer “justiça social”, nenhum candidato abordou honestamente a questão da redução da dívida pública e dos tributos, da taxa de juros e da inflação, e sobre o porquê de tanta corrupção. São constantes os monólogos e as promessas sem identificação da origem do dinheiro necessário e sem apontamento de custos.
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Infelizmente, não tratamos de valorar e hierarquizar um princípio que o grego Aristóteles (384-322 a.C.) já defendera. Que consta no ideário de importantes e desenvolvidos países.
O princípio da subsidiariedade.
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Aristóteles afirmava que “quando o poder político arroga-se no direito de gerir tudo, suprimindo a atuação dos cidadãos, age como déspota, administrando em lugar de governar”.
Consequente e deseducadamente, sob o patrocínio e estímulo estatal, renunciamos à independência social, política e econômica, adotamos um comportamento dúbio e realizamos a opção em sermos mendigos políticos e cidadãos de segunda classe.
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A cooptação social – pelo Estado – tem como subproduto a paulatina despolitização. É o triunfo do coitadismo e da mediocridade. Para alegria dos “curadores e tutores” da hora!
Esse texto foi publicado em outubro de 2014. Precisa dizer algo mais? Não faz lembrar aquele filme da marmota (Feitiço do Tempo)? Diariamente, acordamos presos ao presente (ao passado!) e repetimos rotineiramente os maus hábitos, à espera de um milagre transformador.
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