Dia desses postei uma foto que gosto muito, em minhas redes sociais. No registro, estou dançando com um amigo, no casamento dele. Estamos sorrindo, brincando um com outro, como somos e fazemos na vida fora dos holofotes das câmeras. Em tempos de pandemia, é bom recordar momentos marcantes, histórias vividas, festas bacanas e tudo que hoje guardamos no baú de nossas lembranças. Postei a foto em uma quinta-feira com a famosa hashtag TBT. Logo recebi algumas curtidas, no entanto, o primeiro comentário é que chamou atenção.
Um amigo questionava o que significava TBT. Primeiro, pensei que ele pudesse até estar brincando, depois, refleti e
percebi que era uma pergunta válida. Afinal, o que é TBT? Na postagem, respondi com o que sabia: TBT significa throwback thursday – quinta para relembrar (em tradução livre). Ele respondeu com um OK e, complementou: “Não é mais fácil escrever em português?”. Neste momento, refleti. Normalizamos tantas coisas, que uma simples sigla, disseminada pelas redes, tornou-se um hábito corriqueiro em postagens. O correto, se é que é possível determinar isso, é usar a hashtag TBT somente nas quintas-feiras, mas ela tem sido vista em diversos dias da semana.
Com esta breve análise, quero chegar em um ponto importante e fundamental: estamos vivendo de lembranças. Há um ano e meio fomos condicionados por um vírus a transformar nossa rotina e nossas vidas. Não temos mais a liberdade de abraçar os nossos, de sairmos livremente, sem medo de se deparar com um inimigo invisível e mortal. Os grandes eventos, aglomerações, festas e junções estão armazenados em nossas memórias. Claro, sei que aos poucos alguns eventos têm ocorrido, mas não como antes, não com a frequência de antes. Somos orientados a estar sempre de máscara, manter distanciamento e, se possível, nem sair.
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Eu gosto muito de recordar bons momentos, principalmente os felizes! No entanto, no atual momento, espero ansiosa pelo TBT da atual situação. Quero poder usar muito nos futuros TBTs fim da pandemia, #nenhumamorte, #enfimvacinada. Quero poder comentar com os colegas o quanto eles fizeram falta, já que muitos estão em home office. Quero abraçá-los e contar como as manhãs eram mais geladas e vazias sem eles aqui. Em memória dos que partiram, quero registrar as vitórias alcançadas e que por eles mantivemos todos os protocolos, até que de fato estávamos seguros. Este é um parágrafo de projeções. Ainda temos um longo caminho a percorrer até poder transformar tudo isso em TBT.
Mas de volta ao hoje, depois de ter, mais uma vez, entre tantas neste ano e meio, escutado a entrevista de um infectologista, reiterar: vamos nos cuidar! A vacina auxilia no combate, enfraquece a disseminação e nos aproxima da “volta à normalidade”. A cada nova notícia da chegada de doses, vislumbro novos tempos e quero o desejo de usar no passado tudo que estiver relacionado à pandemia. Com respeito à opinião de cada um, suas crenças, sejam elas religiosas ou políticas, desejo dias melhores a todos nós e com vacina no braço. O tal TBT mais aguardado é o de registrar meu sorriso, devidamente imunizada e com boas notícias para compartilhar com todos vocês.
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