A população gaúcha (e a brasileira) certamente tem alguma dificuldade para assimilar o que representa, em termos econômicos e sociais, o impacto positivo da cadeia do tabaco para a sociedade. Para todos aqueles que residem distante do ambiente de produção, e ainda mais os que não possuem contato regular com os polos de processamento e exportação, talvez escape o gigantismo desse setor. Assim, não deve ser sem surpresa que o público de longe das áreas de produção recebe uma notícia como a que foi manchete da Gazeta do Sul dessa quinta-feira: de que as exportações desse produto representaram US$ 723 milhões no terceiro trimestre deste ano. Especificamente em outubro, os embarques tiveram incremento de 26% em valor em relação ao mesmo mês de 2022. No acumulado de janeiro a setembro de 2023, o tabaco e seus derivados confirmam o maior crescimento da série histórica iniciada em 1997, com vendas de US$ 1,78 bilhão, ou aumento de 27,3%.
Esses dados só reafirmam a liquidez e a forte demanda internacional das folhas colhidas nos três estados do Sul. Para efeitos de comparação, basta ver que, em âmbito de Rio Grande do Sul, apenas a soja, que ocupa mais de 6 milhões de hectares, em todas as regiões do Estado, consegue superar a receita obtida com o tabaco. Enquanto a oleaginosa tem sua produção e seu processamento espalhados por todo o território gaúcho, a estrutura industrial (e até mesmo a produção) do tabaco está concentrada em cidades do Centro-Sul, mas a receita gerada com as exportações a partir de Santa Cruz do Sul irriga toda a economia estadual. Assim, beneficia todas as regiões nacionais, traduzindo-se em capacidade de investimento, inclusive na infraestrutura, na educação e na saúde.
É fundamental que a sociedade tenha presente o formidável efeito positivo da riqueza advinda do tabaco justamente para que, em lugar de ignorar ou desmerecer essa contribuição, possa, de maneira efetiva, reconhecer, respeitar e apoiar esse setor. A exemplo dos demais segmentos vinculados à produção primária de alimentos e de matérias-primas, a lavoura de tabaco é legal e dispõe do amplo apoio dos organismos públicos e privados.
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Não há nada, absolutamente nada, no tabaco que deva ou possa levar os produtores ou os empresários a se sentirem constrangidos: muito pelo contrário. Afinal, são pouquíssimos os setores da economia, no Brasil e no mundo, que podem ostentar marca como a que o tabaco do Sul do Brasil exibe: a de há 30 anos liderar, de forma absoluta, e sem concorrente, a exportação para o mundo inteiro, com clientelas em mais de cem países. Clientelas cativas, exigentes e que se orientam pelos mais rigorosos preceitos ambientais e sociais. Isso é atributo para atores muito, muito competentes e eficientes, e está aí algo que o tabaco pode ensinar para todos os demais setores na sociedade atual.
Boa leitura, e bom final de semana a todos!
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