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Agricultura

O segredo do pimentão da Feira Rural de Santa Cruz

Muitos frequentadores da Feira Rural do Centro, em Santa Cruz do Sul, têm se admirado com o tamanho e qualidade dos pimentões da banca do produtor Erni Gilberto Noy. Alguns têm dificuldade em acreditar que são produzidos pelo agricultor em Linha Santa Cruz, na propriedade do pai Ernani Noy, e outros desconfiam de que a ótima aparência do produto se deva a agrotóxicos.

Porém, os feirantes locais garantem a qualidade dos hortigranjeitos que vendem e afirmam que não costumam utilizar agrotóxicos. Quanto ao pimentão, Erni Noy, 48 anos, conta que o segredo está na escolha de uma semente boa, no preparo da terra e no uso de adubo orgânico, à base de esterco e cálcio, que substitui o veneno. O plantio é feito em canteiros protegidos com plástico e em sistema de túnel alto, com irrigação por gotejamento e hastes direcionadas para cima.

Erni observa que o uso de plástico é caro, mas tem grandes vantagens, como manter afastado o inço. Além disso, diz que o plástico sobre o canteiro conserva a umidade do solo e evita doenças. E a cobertura em forma de túnel impede danos causados pelo vento às plantas e pela chuva ao canteiro. A mesma forma de cultivo é usada para tomate, rúcula, alface, couve, morango, repolho, brócolis, couve-flor, morango, salsa, pepino, vagem e agrião. “Não usamos adubo químico e mantemos o ambiente limpo”, frisa Nelci, 48, esposa de Erni.

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O diretor técnico de Desenvolvimento Agropastoril Rural, da  Secretaria Municipal de Agricultura, Clero Ghisleni, explica que as Feiras Rurais de Santa Cruz têm regulamento, com regras que definem as responsabilidades dos produtores. E uma delas é que os produtos devem ser cultivados atendendo às técnicas mais sustentáveis possíveis. Uma comissão formada por representantes da secretaria, Emater, Sindicato de Trabalhadores Rurais, Afubra e Associação dos Feirantes é acionada para avaliação sempre que surgem suspeitas de irregularidades ou descumprimento do regimento. “A ideia, com a feira, é levar um produto diferenciado, de qualidade e saudável ao consumidor”, frisa.

Boa aparência até deixa freguês receoso

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A feirante Bernadete Goetze, 40 anos, que tem propriedade na divisa entre Linha Nova e Linha Alta, interior de Santa Cruz do Sul, também já ouviu questionamentos de consumidores sobre a origem dos produtos quando  estão com muito boa apresentação. “Alguns perguntam de onde vêm, como são produzidos e se usamos agrotóxicos”, conta. Bernadete afirma que ela e o marido, Norberto Goetze, 43 anos, não utilizam venenos, pois já estão acostumados a usar produtos orgânicos e ecológicos.

Maria Silveira, 69 anos, moradora do Bairro Esmeralda, que na última quarta-feira esteve comprando temperos, alface, agrião e morango, conta que gosta de adquirir verduras e frutas na Feira Rural porque elas são “fresquinhas” e de qualidade. Maria também considera o preço praticado no local mais barato. No entanto, quando os produtos têm aparência muito boa, admite que fica com receio quanto ao uso de agrotóxicos.

Pela saúde

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Conforme o técnico agrícola Paulo Zampieri, da Emater de Santa Cruz, que dá assistência técnica aos feirantes, a orientação é que busquem, para controle de pragas, produtos biológicos, que não agridem o meio ambiente nem a saúde.
Zampieri afirma que os agricultores têm procurado seguir essa linha. E que, conforme previsto no regulamento, os agricultores não podem trazer para as feiras artigos de fora de Santa Cruz e devem seguir as orientações da assistência técnica. Ele ressalta que “a comissão acompanha todo o processo da produção e os caminhos da feira”.

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