A comemoração do Dia do Pais e do aniversário em datas próximas, ao lado de acontecimentos simples, porém marcantes, fez-me experimentar nos últimos dias um sabor ainda melhor da vida. E fez-me celebrar ainda mais esta mesma vida, em meio a tantos atos e fatos que atentam contra esse bem maior.
Poder receber abraços sinceros das pessoas próximas, de filhos naturais e “achegados”, de colegas, de amigos, é sempre um momento único de envolvimento não só dos braços e de acolhimento caloroso dos corpos, mas de absorção de energias e sentimentos do mais profundo das almas.
Observar e sentir a preocupação de pessoas importantes em nossa vida, como a companheira, em fazer agrados, em redobrar cuidados, em expressar recados de amor, com ou sem palavras, tem o gosto e o sabor sublimados. Não só em quitutes saborosos, e que às vezes nem correspondem tanto às preferências do paladar, mas que alimentam o calor da atenção e da presença.
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Assistir a um filme no final do domingo, no CineCult da TV Cultura, que de cara já atrai pelo título, justamente “O sabor da vida”, com as delicadas lições de vida e amor de alguém estigmatizado pela hanseníase, traz um renovado sentido ao que é mais caro e relevante em nossas relações e vivências.
Ter a oportunidade de assistir, no mesmo fim de semana, já no sábado pela manhã, ao retorno das apresentações de mais uma riqueza cultural da nossa terra, a Orquestra Santa Cruz Filarmonia, na Casa das Artes Regina Simonis, com lindas músicas justamente relacionadas a filmes, faz a alma flutuar no espírito leve e reconfortado, seu e dos que puderam compartilhar daquele momento.
Sair desse belo patrimônio histórico da cidade que sediou o espetáculo e caminhar por outro patrimônio público santa-cruzense da maior relevância, o túnel verde, em meio a muita gente em evolução na busca de agrados para os pais, nos cumprimentos cordiais possíveis, sobre uma parcela do passeio público já renovado e amplo (na expectativa de avanço das melhorias), tudo isso representou outro motivo – ou motivos – para saborear sensações muito gostosas.
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Continuar a caminhada por meio da acolhedora vegetação e estrutura da Avenida do Imigrante, na imorredoura lembrança de um dos mais relevantes administradores municipais, e idealizador, cujo centenário de nascimento se comemora neste mesmo mês de agosto, amplificou ainda mais esse gosto especial sentido por quem ama a cidade.
Fazer a cada dia esses e outros trajetos, e mesmo pelas ruas por onde jamais passarei, como diz o poeta, é sempre razão a mais para apreciar o que de belo oferece o ambiente natural onde se vive e que, para ficar ainda melhor para cada um dos que nele habita, precisa ser muito bem cuidado e preservado.
Para que as árvores possam continuar a sombrear, a florir e a oferecer lar e alimento para os pássaros a cantar, e que nós tenhamos tempo e espírito para sentir todo esse encantamento que nos é oferecido de graça, assim como não custa dar a devida atenção a quem caminha ao lado e carece desse mesmo olhar natural.
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Nesta interação, como nos fala a sabedoria construída a cada dia vivido, sentiremos mais o sabor da vida, e agradeceremos em poder viver mais um ano, e, ainda melhor, junto de quem e de que se aprendeu a gostar, e se gosta cada vez mais.
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