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“O risco da volta de casos de paralisia infantil é real”, alerta pediatra

A Campanha de Vacinação contra a Poliomielite termina neste sábado, 22, no Rio Grande do Sul. Por causa da baixa adesão, a ação foi prorrogada. A queda na cobertura vacinal também é uma realidade no restante do país e tem preocupado especialistas. A meta é vacinar 95% do público infantil. Em Santa Cruz do Sul, pouco mais de 85% está imunizado.

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma das doença perigosa. Trata-se do contágio agudo causado por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, e que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes e secreções eliminadas pela boca de pacientes. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

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A vacinação é a única forma de prevenção contra a pólio. Todas as crianças menores de 5 anos devem ser imunizadas conforme esquema de vacinação de rotina e também por meio das campanhas anuais. O esquema vacinal consiste em três doses da vacina injetável (aos 2, 4 e 6 meses de vida) e duas doses de reforço com a vacina oral bivalente, conhecida como gotinha. A criança deve ter, no mínimo, as cinco doses preconizadas pelo Ministério da Saúde.

De acordo com a pediatra e coordenadora do curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Tatiana Kurtz, o risco da volta dos casos de paralisia infantil é real. “A atualização do calendário vacinal é urgente, porque aumenta a proteção contra a doença, que nós podemos prevenir. O país está se mobilizando”.

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A profissional salientou a importância de os profissionais de saúde reforçarem o questionamento aos pacientes e orientá-los a deixar a carteira de vacinação em dia. “É o nosso papel. É um trabalho que deve ser feito no dia a dia”. Além disso, ela atribui à baixa procura pela vacinação a três situações: a pandemia, que causou atraso na retomada das vacinas; as fake news a respeito do imunizante; e a falta de consciência sobre a prevenção.

Saiba mais sobre a poliomielite

A transmissão ocorre pelo contato direto com uma pessoa infectada, pela via fecal-oral (objetos, alimentos e água contaminados com fezes de pacientes) ou pela via oral-oral (gotículas de secreção ao falar, tossir ou espirrar). Os sintomas mais frequentes da doença são febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta e dor no corpo, além de vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, membros inferiores.

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Não existe tratamento específico para a pólio. Todas as pessoas infectadas devem ser hospitalizadas e recebem tratamento para os sintomas manifestados. As sequelas da doença estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus. Normalmente, são sequelas motoras e que não têm cura. As principais são: problemas nas articulações; pé torto; crescimento diferente das pernas; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição; dificuldade para falar; atrofia muscular e hipersensibilidade ao toque.

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