O Rio sempre foi lindo, mas…

Se não me engano, foi em 1967, quando cursava Direito na Ufrgs, em Porto Alegre, que vi no jornal a notícia de que sairia uma excursão para assistir ao Internacional jogar contra o Flamengo. Foi fretado um avião da hoje extinta Sadia e lá me fui. Perdemos de 1 x 0, gol de Fio Maravilha. A partir de então me apaixonei pelo Rio, visitando-o regularmente.
Nos primeiros anos, ficava em hotéis de Copacabana. Fiz amizade, que perdura até hoje, com o Edson, dono de uma barraca que fica no Posto 5.

Ali jogava futevôlei com amigos que sempre me convidavam. Depois de um tempo preferi dar caminhadas. Recentemente optei pela Barra da Tijuca. Tudo muito lindo, mas também tudo fica longe. Eu não conhecia o Leblon. Como uma amiga dos tempos de faculdade mora no Leblon e sempre me dizia que lá que era gostoso, decidi passar 15 dias hospedado no Hotel Ritz.

O Leblon é diferente. Ruas arborizadas, casas antigas, mas bem conservadas. É um paraíso gastronômico. Os garçons são extremamente atenciosos e a culinária realmente rivaliza com os grandes centros mundiais. A comida é excelente, mas nada lá é barato. O Shopping Leblon só tem grife. Tudo é perto e quase não se precisa de carro.

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Na orla, o calçadão é uma beleza. Muito limpo e bem frequentado. Em toda a extensão há redes para vários esportes, menos futebol sete ou de campo. E há muitos treinadores dando aulas para crianças e adultos dos dois sexos. Cedo da madrugada, toda orla é limpa. Não se vê sujeira. Chamou-me a atenção o fato de muita gente caminhar. Crianças, jovens, gente madura, muitas pessoas de idade. Notei também que são raros os casos de obesidade. Também pudera, com essa paisagem e esse mar azul dá gosto caminhar.

Por igual observei que, ao contrário do que acontece em outros balneários, as pessoas se vestem muito bem, principalmente as mulheres. Outro ponto. A idolatria dos moradores pelos cães. Em muitos casos se veem pessoas passeando com cachorros de diversos donos (ou tutores, como hoje muitos dizem). Geralmente, são contratados para levar os bichinhos a passear. Por igual, pouco se encontram pessoas “em condição de rua”.

Gostei de almoçar em restaurantes que oferecem mesas ao ar livre. Que beleza ficar num ambiente bem arejado desfrutando um belo vinho. Não presenciei nenhum assalto, nem situações desagradáveis. No Rio, há frutas de todos os tipos. A própria carne é muito gostosa. Mas ao cabo de duas semanas sempre sinto saudade das nossas coisas: minha casa, meu pessoal, meus amigos, minha cama. Viajar é bom, mas melhor ainda é voltar para casa.

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